ATA DA QÜINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-6-2003.

 


Aos vinte e seis dias do mês de junho de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Pedidos de Providências nºs 952, 953 e 959/03 (Processos nºs 3033, 3034 e 3040/03, respectivamente); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Resolução nº 053/03 (Processo nº 2612/03); pelo Vereador Dr. Goulart, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 206/01 (Processo nº 3034/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nºs 970, 976, 977, 978, 979, 980, 981, 982, 983, 984, 985, 986, 987 e 988/03 (Processos nºs 3096, 3102, 3103, 3104, 3105, 3106, 3107, 3108, 3109, 3110, 3111, 3112, 3113 e 3115/03, respectivamente), pela Vereadora Margarete Moraes, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 158 e 161/03 (Processos nºs 3114 e 3162/03, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providências nºs 939, 990, 991 e 1012/03 (Processos nºs 3002, 3120, 3121 e 3158/03, respectivamente); pelo Vereador Valdir Caetano, o Pedido de Providências nº 972/03 (Processo nº 3098/03). Também, foram apregoados os Ofícios nºs 368 e 369/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando os Projetos de Lei do Executivo nºs 026 e 027/03 (Processos nºs 3186 e 3187/03, respectivamente). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Resolução nº 066/01 (Processo nº 3131/01). Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 026/03, firmado pelo Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que o Vereador Elias Vidal se encontra representando externamente este Legislativo na abertura oficial da Semana Gaúcha de Prevenção do Uso Indevido de Drogas, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 262, 292, 293 e 297/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 008/03, do Vereador Nercílio Mendes de Araújo, Presidente da Câmara Municipal de Capão Bonito do Sul - RS; 011/03, do Vereador Arisoli Rabelo de Souza, Presidente da Câmara Municipal de São José dos Ausentes - RS; 020/03, do Vereador Roque Pedro Alves, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Parobé - RS. Em continuidade, face à Licença para Desempenhar Cargo Público do Vereador João Antonio Dib, a partir das doze horas de hoje até a noite do dia vinte e sete de junho do corrente, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança o Suplente Bernardino Vendruscollo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Também, foi apregoado documento firmado pelo Vereador Bernardino Vendruscollo, comunicando que Sua Excelência se desfiliou do Partido Progressista - PP. Após, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, foi iniciado o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar o transcurso do Dia Internacional de Combate às Drogas, nos termos do Requerimento nº 031/03 (Processo nº 0899/03), de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em exercício; o Senhor Mathias Flach, ex-Presidente do Conselho Federal de Entorpecentes; a Senhora Irma Rossa, Dirigente do Serviço de Alcoolismo e Drogas do Hospital Conceição; a Vereadora Maria Celeste, 1ª Secretária deste Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cláudio Sebenelo, saudando os representantes de entidades presentes a este Legislativo na tarde de hoje para assinalar o Dia Internacional de Combate às Drogas, teceu considerações acerca dos malefícios causados pelo consumo de substâncias entorpecentes na sociedade atual, especialmente entre a juventude e alegou ser a crise nas instituições sociais uma das maiores responsáveis por esse fenômeno. Na ocasião, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Wanderlan José Azambuja Lopes, representante do Conselho Tutelar de Porto Alegre - Microrregião 1; da Senhora Cláudia Borges, representante da Associação Fraternal de Recuperação Universal - AFRUCTO, e da Senhora Teresinha Maria Rosa, representante da Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado do Rio Grande do Sul - FADERS. Também, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e das professoras Michele Oliveira e Cristina Rangel, da Escola de Ensino Fundamental Desenvolver, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial da Casa junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cassiá Carpes, parabenizando o Vereador Cláudio Sebenelo pela proposição da presente solenidade, chamou a atenção para a disseminação do tráfico e do consumo de drogas em todas as camadas sociais e justificou a necessidade de que a conscientização sobre o problema comece nas escolas. Nesse sentido, propugnou pelo efetivo cumprimento da Lei Municipal nº 8.869/02, que trata do assunto. O Vereador João Carlos Nedel comentou a importância da discussão sobre a temática do consumo de substâncias entorpecentes, ressaltando a diminuição progressiva da idade em que os adolescentes ingressam no mundo das drogas. Também, argumentou que as conseqüências do consumo de entorpecentes afetam diretamente as estruturas da família e da sociedade, e que a busca de soluções passa pela ação dos poderes públicos e pela orientação dada nas escolas. O Vereador Aldacir Oliboni discorreu a respeito das implicações trazidas pelo consumo de drogas lícitas e ilícitas, afirmando que o álcool, pelo fato de ser uma droga aceita pela sociedade, serve de iniciação para outras substâncias entorpecentes. Ainda, destacou a relevância dos debates em torno dessa questão e mencionou o Projeto de Lei do Legislativo nº 147/03, de sua autoria, em tramitação nesta Casa, que promove a conscientização sobre os riscos do alcoolismo. O Vereador Dr. Goulart, cumprimentando o Vereador Cláudio Sebenelo pela iniciativa em assinalar o transcurso do Dia Internacional de Combate às Drogas, referiu-se à gravidade dos problemas ocasionados pelos entorpecentes no mundo, mencionando o álcool como uma droga lícita, porém de efeitos danosos ao ser humano. Nesse contexto, defendeu ações governamentais para combater o tráfico e buscar o melhor aparelhamento para o atendimento médico aos dependentes químicos. O Vereador Valdir Caetano manifestou-se acerca da abrangência mundial do tráfico e consumo de drogas, sublinhando que as dimensões desse assunto extrapolam as fronteiras do Brasil. Também enfocou sua experiência pessoal com esse problema, analisando a necessidade de tratamento aos dependentes de substâncias tóxicas e enfatizando a importância de amparo espiritual e de união da sociedade no combate aos males ocasionados pelas drogas. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças da Senhora Luciane Escolto, representante do Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Senhora Verônica Dariva, representante do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, e do Senhor Jano Campos, representante da Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano de Porto Alegre – PACTO. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maria Celeste, discorrendo a respeito do tema objeto desta solenidade, avaliou as conseqüências da drogadição, em especial durante a infância e a adolescência. Também, apontou o consumo de drogas lícitas, tais como o tabaco e o álcool, como prejudiciais à saúde e defendeu a necessidade de que ações educativas e preventivas, além de outros mecanismos, sejam adotadas no sentido de coibir o consumo e o tráfico de drogas. O Vereador Isaac Ainhorn parabenizou o Vereador Cláudio Sebenelo pela iniciativa deste período destinado a assinalar o transcurso do Dia Internacional de Combate às Drogas, asseverando tratar-se de momento oportuno para reflexão a respeito do trabalho que vem sendo realizado pelo Senhor Mathias Flach nesse contexto. Ainda, destacou que a dependência de drogas, sejam elas lícitas ou não, deve ser tratada, no entender de Sua Excelência, como doença. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Sidney Charles Day, Diretor Financeiro da Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano – PACTO. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Mathias Flach e Irma Rossa que, em nome das entidades que se dedicam ao tratamento e inibição do uso de drogas, destacaram a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso do Dia Internacional de Combate às Drogas. Às quinze horas e cinqüenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e um minuto, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Pestana narrou a participação de Sua Excelência na Audiência Pública ocorrida ontem, na Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa, presidida pelo Deputado Estadual Raul Pont, para discutir políticas públicas para a juventude. Ainda, afirmando que as maiores preocupações dos jovens são segurança e emprego, anunciou que o Senhor Presidente da República editará, em âmbito nacional, o programa denominado Primeiro Emprego. O Vereador Carlos Alberto Garcia denunciou cobrança de direitos autorais por parte do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais - ECAD - sobre academias de ginástica situadas na Cidade, afirmando que, no entender de Sua Excelência, tal cobrança é tema controverso. Ainda, instou pelo comparecimento do Inspetor Regional de Arrecadação do ECAD à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, a fim de prestar esclarecimentos quanto a essa cobrança. O Vereador Beto Moesch congratulou a Vereadora Clênia Maranhão por ação que, na condição de Presidenta da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, granjeou à revitalização da Praça da Alfândega. Também, destacando a condição de referência cultural dessa Praça, manifestou espanto quanto à intenção do Projeto de revitalização desse logradouro em retirar as figueiras aí localizadas, sob a justificativa de que tais árvores não faziam parte do cenário existente no local durante a década de trinta. O Vereador Cassiá Carpes leu matéria publicada no jornal Diário Gaúcho do dia vinte e três de junho do corrente, relativa à falta de iluminação pública no Município de Alvorada, não obstante a cobrança da Contribuição para Custeio da Iluminação Pública dos moradores. Nesse sentido, caracterizou como adequada e coerente a decisão deste Legislativo em não apreciar proposta de implementação desse tributo e, segundo Sua Excelência, não sobrepesar as obrigações tributárias do cidadão porto-alegrense. O Vereador Cláudio Sebenelo referiu-se ao transcurso, hoje, do Dia Mundial de Combate às Drogas, analisando a importância da humanização nas relações que envolvem o tratamento de pacientes dependentes de drogas ilícitas. Ainda, propugnou por medidas que possam coibir a escalada da produção e do tráfico de entorpecentes e lembrou ser o fortalecimento da estrutura familiar uma maneira de prevenir a utilização de drogas por parte dos jovens. Na oportunidade, o Senhor Presidente procedeu à leitura de convite feito à Casa pelo Senhor Marcílio Goulart, Presidente da Associação dos Piquetes do Estado do Rio Grande do Sul, para o Jantar de Lançamento da 6ª Festa Campeira de Porto Alegre, a realizar-se no dia vinte e sete de junho do corrente, às vinte e uma horas, no Galpão do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore – IGTF. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Renato Guimarães manifestou-se sobre os imóveis adquiridos pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul durante a gestão do Senhor Olívio Dutra, os quais se destinavam a sediar a Escola Estadual Gema Angelina Belia. Também, louvou a iniciativa da Administração do Grupo Hospitalar Conceição em apresentar proposta que irá contemplar as comunidades da Vila SESC e da Rua Ernesto Pelana com a construção de posto de saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Airto Ferronato, Diretor do Departamento de Esgotos Pluviais - DEP. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes enalteceu o desempenho que vem apresentando o Executivo Municipal especificamente na área de saneamento básico, destacando a qualidade do trabalho realizado pelo Departamento Municipal de Águas e Esgoto – DMAE - e anunciando medidas que ampliarão o sistema de tratamento de efluentes da Capital. Ainda, enfatizou a existência de controle externo da gestão municipal por meio do Tribunal de Contas do Estado e entidades civis organizadas. O Vereador Dr. Goulart pronunciou-se acerca de atrasos verificados na realização de obras públicas na Capital, relacionando esses fatos a supostos problemas técnicos por parte de empresas contratadas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Também, apontou problemas no Sistema Público de Saúde do Município, tais como a existência de restrições para a realização de tratamentos radioterápicos e a impossibilidade operacional da realização de determinados exames médicos especializados. A seguir, face Questão de Ordem formulada pela Vereadora Clênia Maranhão, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da interpretação dada pela Mesa Diretora às normas regimentais atinentes à utilização dos espaços de Grande Expediente e Comunicações, tendo os Vereadores Wilton Araújo e Juarez Pinheiro manifestado-se a respeito. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 222/02, 112, 116, 148, 149, 150 e 152/03, o Projeto de Lei do Executivo nº 023/03; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 061/94, 084 e 133/03, o Projeto de Lei do Executivo nº 021/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão discorreu sobre iniciativas que estão sendo tomadas pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, juntamente com o Memorial do Rio Grande do Sul, visando à discussão dos problemas estruturais verificados no Centro da Capital. Nesse aspecto, citou problemas existentes na Praça da Alfândega, como deficiência na iluminação e o tráfico de drogas e propôs ações que revitalizem a atividade cultural dessa praça, preservando suas características ambientais. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de grupo de Vereadores e Servidores de Câmaras Municipais do interior do Estado do Rio Grande do Sul, os quais participam do Curso de Cerimonial, Protocolo e Organização de Eventos, promovido pela Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Estado do Rio Grande do Sul – ASCAM - RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza analisou as políticas de preços para combustíveis praticadas pelo Governo Federal, alegando haver instabilidade na relação custo-benefício para os usuários de Gás Natural Veicular. Também, criticou o posicionamento do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, relativamente à Área de Livre Comércio das Américas – ALCA, por ocasião de visita feita por Sua Excelência aos Estados Unidos da América. Na ocasião, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Haroldo de Souza em Comunicação de Líder, tendo o Orador manifestado-se sobre o assunto. Também, o Vereador Aldacir Oliboni manifestou-se sobre decisão do Governo Federal de cancelar o fechamento do Posto de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – da Avenida Érico Veríssimo, em Porto Alegre, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto e o Vereador Isaac Ainhorn formulado Questão de Ordem sobre a referida manifestação. Ainda, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando informações acerca da utilização do Tempo Especial previsto no artigo 94, § 1º, "f", do Regimento, tendo o Vereador Juarez Pinheiro manifestado-se a respeito. Na ocasião, o Vereador Wilton Araújo formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes na manifestação efetuada pelo Vereador Juarez Pinheiro, acima referida, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência do Orador. Também, o Vereador Isaac Ainhorn formulou Requerimentos verbais, solicitando a retirada de termos constantes na manifestação formulada por Sua Excelência, relativa à interpretação dada pela Mesa Diretora às normas regimentais atinentes à utilização dos espaços de Grande Expediente e Comunicações, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, e solicitando a retirada de termos constantes na manifestação efetuada pelo Vereador Juarez Pinheiro, anteriormente referida, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto. Ainda, os Vereadores Cassiá Carpes, Zé Valdir e Valdir Caetano manifestaram-se acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal referiu-se ao transcurso do Dia Internacional de Combate às Drogas, elogiando a iniciativa do Vereador Cláudio Sebenelo em propor a destinação do período de Grande Expediente do dia de hoje para debater esse tema. Ainda, teceu considerações acerca de Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, o qual veda a comercialização de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência instaladas em postos de abastecimento de combustíveis. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da decisão tomada por Sua Excelência, no sentido de indeferir o Requerimento verbal anteriormente formulado pelo Vereador Juarez Pinheiro, solicitando informações acerca da utilização do Tempo Especial previsto no artigo 94, § 1º, "f", do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol contrapôs-se às políticas implementadas pelo Governo Federal no que tange à modificação de legislação atinente ao sistema tributário brasileiro. Nesse sentido, destacou ações como a edição de Medidas Provisórias que alteram bases de cálculos de tributos, tais como a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE – e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS. O Vereador Carlos Alberto Garcia, relatando ter sido procurado por diversos munícipes residentes na zona sul de Porto Alegre, discorreu sobre os problemas enfrentados pela população dessa área, especialmente os moradores da Avenida Coronel Marcos, na qual vários trechos de calçamento estão danificados, solicitando providências da Secretaria Municipal de Obras e Viação - SMOV - para a melhoria do calçamento da referida via pública, a fim de garantir a segurança dos transeuntes locais. O Vereador Valdir Caetano referiu-se a reportagem publicada na edição de hoje do jornal O Sul, a qual versa sobre a intenção do Senhor José Otávio Germano, Secretário Estadual da Justiça e da Segurança, de apresentar proposta ao Senhor João Verle, Prefeito Municipal de Porto Alegre, no sentido de promover a instalação de câmeras de monitoramento por vídeo na área central de Porto Alegre, a fim de aumentar a segurança pública do local, externando seu apoio à referida proposta. O Vereador Beto Moesch analisou dados alusivos à destinação de resíduos sólidos produzidos em Porto Alegre e à utilização de aterros sanitários, mencionando que o Município gasta cerca de onze milhões de reais por ano apenas para depositar seus resíduos em aterros sanitários localizados em outros municípios, especialmente em Gravataí e Minas do Leão. Também, historiou o funcionamento do Aterro Sanitário da Extrema e as quantidades de resíduos que lá eram depositadas. O Vereador Juarez Pinheiro teceu considerações sobre a proposta de implementação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA, examinando aspectos alusivos às tratativas que vêm sendo estabelecidas para a sua efetivação, manifestando-se contrariamente à implementação desse bloco econômico e dissertando sobre os potenciais efeitos que a instalação da ALCA ocasionará à população dos países que a integrarão, em especial a brasileira. O Vereador Isaac Ainhorn discursou sobre as diretrizes políticas defendidas pelo Partido dos Trabalhadores ao longo de sua história, fazendo um comparativo entre as mesmas e as medidas que vêm sendo adotadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente da Presidência da República. Nesse sentido, afirmou existirem contradições entre o discurso e a prática política adotada por integrantes do Partido dos Trabalhadores, especialmente quanto à defesa de projetos do Governo Federal. O Vereador Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Juarez Pinheiro em Comunicação de Líder, comentando o desempenho do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Governo Federal, bem como declarações prestadas por Sua Excelência quanto à direção dada aos rumos políticos do Brasil. Também, analisou os posicionamentos expressos pelo Partido dos Trabalhadores em relação à proposta de alteração do sistema de previdência social brasileiro. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Após, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de autoria do Vereador Dr. Goulart, solicitando que a Subemenda n° 01 à Emenda n° 01, a Subemenda n° 01 à Emenda n° 04 e a Subemenda n° 02 à Emenda n° 03, todas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo n° 206/01 (Processo n° 3034/01), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes; de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, solicitando a retirada de tramitação das Emendas n°s 02 e 05, apostas ao mesmo Projeto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 206/01, com ressalva das Emendas e Subemendas a ele apostas, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Dr. Goulart, Carlos Alberto Garcia, Aldacir Oliboni, Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo e Haroldo de Souza. Foram aprovadas a Emenda n° 01 e sua respectiva Subemenda n° 01, e a Emenda n° 03, todas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo n° 206/01. Foi rejeitada a Subemenda n° 01 à Emenda 03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo n° 206/01. Foram aprovadas a Subemenda n° 02 à Emenda 03, a Emenda n° 04 e a sua respectiva Subemenda n° 01, todas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo n° 206/01. Após, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, por vinte e três votos SIM e dois votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Valdir Caetano, Zé Valdir e Bernardino Vendruscollo e Não os Vereadores Carlos Alberto Garcia e Pedro Américo Leal. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 037/01, com ressalva da Emenda n° 01 a ele aposta, tendo o Senhor Presidente, face manifestação do Vereador Reginaldo Pujol, prestado esclarecimentos sobre a matéria. Foi aprovada a Emenda n° 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 037/01. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 027/02. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 152/01, o qual teve sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 176/01, por dezoito votos SIM e seis votos NÃO, em verificação de votação solicitada pelo Vereador Juarez Pinheiro, após ser igualmente aprovado em sua votação simbólica, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Bernardino Vendruscollo e Não os Vereadores Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei e Renato Guimarães, tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Marcelo Danéris e Luiz Braz, prestado esclarecimentos sobre a apreciação dessa matéria. Após, o Vereador Reginaldo Pujol manifestou-se sobre o quórum existente na presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto. Às dezenove horas e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Comunicamos que o Ver. João Antonio Dib assumirá a Prefeitura Municipal de Porto Alegre hoje e amanhã. Este Vereador, em decorrência de ser o 1.º Vice-Presidente da Casa, assume a presidência nas datas aludidas: hoje e amanhã. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Bernardino Vendruscollo, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Informo, a pedido do Vereador, que o mesmo está sem Partido; ele é Vereador independente, posto ter deixado o Partido Progressista.

Queremos propor que se faça uma alternância nos períodos da presente Sessão, passando-se de imediato ao Grande Expediente. Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje, o período é destinado a assinalar o transcurso do Dia Internacional de Combate às Drogas, proposto pelo Ver. Cláudio Sebenelo. Compõem a Mesa o Dr. Mathias Flach, ex-Presidente do Conselho Federal de Entorpecentes; a Dr.ª Irma Rossa, Dirigente do Serviço de Alcoolismo e Drogas do Hospital Conceição.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Grande Expediente, como proponente da homenagem.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Sr. representante do Conselho Federal de Entorpecentes, Magistrado e - perdão pela confidência - meu querido amigo Mathias Flach; Dr.ª Irma Rossa, Dirigente do Serviço de Alcoolismo e Drogas do Hospital Conceição, com quem nós convivemos com grande prazer e aproveitamento, da minha parte, pelo que aprendo diariamente com a Dr.ª Irma. Gostaria de saudar também a presença de três companheiros, o Cel. Furtado, o Presidente João Jorge e o Conselheiro Tutelar Wanderlan, que além de participantes da Executiva do Partido da Social Democracia Brasileira, me orgulho de tê-los como amigos. Quero registrar a presença de todas as pessoas ligadas ao trabalho antidrogas e em especial a representante da FRUCTO, Adelina Borges, sobrinha do Delegado Sérgio Ivan Borges, que faz um trabalho fantástico na recuperação de dependentes de drogas lícitas e ilícitas, através dessa grande instituição que é a FRUCTO.

A extrema complexidade do assunto torna maior, gigantesco mesmo, o desafio que o ser humano enfrentará, no início do terceiro milênio, segundo Nostradamus, como o quarto cavaleiro do Apocalipse.

Encontramos na psicosociologia e no conglomerado de ciências humanas a ela acoplado os elementos básicos do seu entendimento. A história nos fornece a idéia de que os seus momentos mais cruciais, de guerras, de conflitos, de conflagrações, de ameaças à biosfera planetária estão ligados a um profundo sentimento de desfalque de fé, sentimento imprescindível para qualquer empreitada de crescimento social.

No século XX, a primeira metade foi chamada de a “era da catástrofe” pelo historiador Eric Hobsbawn. Nela, mataram-se mais seres humanos do que em qualquer outra época. Coincidentemente, com o surgimento e a disseminação da ciência da Psicanálise, que por necessidade caracterizada por uma grande demanda, surgiu como lenitivo de problemas psicológicos individuais, mas surge também como libelo que denunciava a presença de uma severa depressão disseminada no “inconsciente coletivo”, como o prenúncio de uma era profundamente destrutiva. Esse é o início do século XX.

Com a Psicanálise, somada aos avanços da química fina, dos psicofármacos, e as descobertas farmacológicas de algumas propriedades, não só euforizantes como antidepressivas, tornaram oficial e marginalizadamente o que poderíamos chamar de a “era das drogas”. Todas elas têm um papel antidepressivo, sejam as lícitas, sejam as ilícitas, mas criam novas fantasias e acesso ao direito de sonhar artificialmente. Mas pagamos a volta a esse onirismo primitivo com o preço insuportável da dependência. E então, numa sociedade violenta, preconceituosa e concentradora de riquezas, a droga encaixa-se como uma luva, como uma das maiores fontes de riqueza do planeta, só superada pelo negócio do petróleo e pelo negócio do armamento.

Aqui, Ver. Pedro Américo Leal, negócio é negar o ócio, veja só que ironia.

E, dentro das camadas sociais, quem mais sofre são os jovens com seus conflitos característicos das primeiras faixas etárias, acrescido de serem os mais atingidos pelos poderes, deturpações e doenças sociais originadas no estado e suas variações de poder. Os jovens, os mais atingidos...o contexto das drogas debocha do estado oficial, e estabelece, paralelamente, novos e poderosos chefões. O subjetivismo social demanda, cada vez mais, pela intensa depressão. O consumo crescente, dependente e pérfido da droga; pérfido, porque transforma o dependente em avalista da sua viabilidade. Ele também, por necessidade premente, passa a ser um traficante ou com ele é construído um conluio indestrutível e conivente. Pérfido, porque estabelecida a demanda, é impraticável a ação sobre a sua origem, a fábrica natural, as plantações. Pérfido, porque, exigida pela demanda, falhou a ação dos intermediários, dos traficantes. Pérfida, porque a disseminação dessa epidemia depressiva, exigente em sua natureza, criando dependência e um mundo todo especial, rico, poderoso e cruel, vem ao encontro da utopia capitalista, desde a sua concepção até a outra ponta do consumo; é a modernidade no contexto da droga.

Acresça-se a essa perfídia dessas ações químicas a falência das instituições sociais, seja a família, sejam as associações, sejam as instituições estatais. Os componentes familiares de acompanhamento, de assunção de desempenhos, da mãe como nutridora, do pai como normatizador, que são imprescindíveis para o equilíbrio do tripé “pai, mãe e filho” ou sua representação. Em suma, a família ou seu substituto, representativos ou oficiais, as associações e conglomerados sociais acolhedores ou instituições estatais de correção, como reserva dos componentes familiares, atualmente mergulhadas em profunda crise de identidade, de forma e de conteúdo, podem ser apontadas, na sua insuficiência ou no seu desaparecimento, como o mais fértil dos caldos de cultura para o desenvolvimento da dependência química e da drogadição definitiva.

A via de escape desportiva deixa de ser uma saída saudável, porque a transformação do esporte, antes praticado pela população em massa, passou a se tornar um espetáculo, o privilégio de alguns poucos e profissionalizados.

Como coletivo, a droga e seus comemorativos sociais, altamente negativos, nada mais se constituem do que a conformação linear da debacle e falência das instituições sociais e das associações outrora promotoras de certa estabilidade, em determinados momentos históricos, especialmente os pós-catastróficos de Hobsbawm.

Note-se o papel de Woodstock, do “make love not war”, em presença da Guerra Fria – destruição da humanidade pela hecatombe atômica -, a consciência do jovem com a proximidade da tragédia, permanente acompanhante de todos os movimentos sociais e a solução encontrada no contraponto desse jovem a um establishment viciado e próximo à extinção, o seu desabamento e a impossibilidade de reconstrução, e, por fim, a droga como a alienação artificializada de uma retirada covarde, impotente, espelho do grande insucesso de uma sociedade que inviabilizou o papel do jovem, que como única saída, buscava a via contestatória com remédios, pílulas, de nossas depressões para a depressão do sistema. Sem dúvida, as causas socioeconômicas são preponderantes nesse final de história e seu recomeço sob a égide da disseminação democrática. Desaparecida a dialética capitalismo-socialismo, muito pela extinção da utopia socialista, a transição para outra sociedade, que não é mais presidida pelo modo de produção, mas pela forma de governo, democrática ou ditatorial, novo equilíbrio dialético, essa transição é caracterizada por um profundo processo depressivo mundial e uma necessidade terapêutica fugaz, eventual e momentânea do uso da droga.

É curioso que na constituição do cérebro dos seres humanos há uma correspondência anátomo-patológica relacionada ao desempenho das drogas. Desde a programação subliminar de estímulo ao uso de substâncias que causam dependência, desde a escola cercada por um cinturão de disseminação clandestina das substâncias proibidas, desde a mudança de estratégia dos traficantes, abordando toda a sociedade por pequenas cidades, onde não há segurança ou repressão, desde a mudança de imagem do traficante, passando de vetor principal dessa epidemia a um Papai Noel e seus ricos presentes às instituições próximas aos favelados, simpáticos, bem relacionados e, paradoxalmente, agentes do bem, há como “pano de fundo” uma luta desigual contra a droga.

Ainda, por uma questão de metodologia, há um inconfessável fracasso nessas relações sociais, uma diminuição dos resultados positivos da repressão, uma quase desistência das lutas antidrogas e, por fim, a divinização de atletas, de líderes, de vencedores em olimpíadas que chegam ao pódio e que, através do doping, chegam a resultados super-humanizados. Alguns deles, como conseqüência, a morte os atropelou precocemente, logo após as Olimpíadas.

Quando um Comitê Olímpico Internacional sonega os resultados positivos dos exames anti-doping e consagra o atletismo com preparos químicos, seja pelos estimulantes, seja por anabolizantes, pouco se espera da luta antidrogas. É a oficialização da dependência, o estímulo do uso e sua impunidade, a glória das substâncias estimulantes subindo ao pódio em substituição ao preparo físico. É uma imagem tão ambígua, tão hipócrita e tão subjacente que se torna extremamente impraticável a tentativa de um programa antidrogas que fuja dos chavões explícitos e da tíbia contestação publicitária ao potente, enraizado, e a um sistema em rede, praticamente inexpugnável, da droga.

Estamos perdidos. Mas não vamos esmorecer.

Neste Dia Internacional de Luta contra as Drogas, renovemos nossas esperanças na remodelação e melhora das nossas microrrelações sociais, familiares e institucionais e, quem sabe, na conscientização de que é preciso conhecer o inimigo, diagnosticá-lo, vencê-lo e, afinal, aniquilá-lo, inviabilizando o seu retorno e livrando o ser humano dessa epidemia, tomando medidas que, globalmente, possam promover principalmente a prevenção e, na impossibilidade dessa, a cura de uma das maiores chagas que a humanidade já cometeu.

Em vez de falarmos diretamente em drogas, vamos buscar na educação voltada para a saúde a valorização de escolhas saudáveis, vamos trabalhar atitudes e valores como a alimentação, o cuidado com o corpo, o que é muito mais eficaz do que simplesmente dizer “não” às drogas. Vamos dizer “sim” à vida. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar, como extensão da Mesa, a presença do representante do Conselho Tutelar de Porto Alegre, Microrregião 1, Sr. Wanderlan José Azambuja Lopes; da representante da AFRUCTO - Recuperação de Dependentes de Drogas Lícitas e Ilícitas, Sr.ª Cláudia Borges; da representante da FADERS, Sr.ª Teresinha Maria da Rosa, Assistente Social.

Registramos, também, a visita orientada da Escola de Ensino Fundamental “Desenvolver”, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com 25 alunos presentes, da 2.ª e 3.ª séries, acompanhados pelas Professoras Michele Oliveira e Cristina Rangel. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Ex.mo Sr. ex-Presidente do Conselho Federal de Entorpecentes, Dr. Mathias Flach; Sr.ª Dirigente do Serviço de Alcoolismo e Drogas do Hospital Conceição, Dr.ª Irma Rossa; Sr. proponente desta homenagem, Ver. Cláudio Sebenelo, os meus parabéns, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, demais autoridades presentes, senhores da imprensa, senhoras e senhores, parece-me, Ver. Cláudio Sebenelo, que já não é mais momento de reflexão, é momento de atuação. As drogas estão-se tornando para a nossa sociedade um mal devastador que, muitas vezes, ludibriando aquele mais necessitado, faz com que ele se iluda com o pretexto de enriquecimento fácil. Também o crime organizado está por trás das drogas. Antes nós entendíamos e todo mundo achava que as drogas estavam só na elite; hoje ela é devastadora, Ver. Dr. Goulart, em todas as camadas sociais. Hoje os jovens, nossos filhos, estão ameaçados por esse mal que afeta as escolas, afeta as comunidades, afeta a sociedade em geral. As famílias estão cada vez mais preocupadas, e eu não vejo outra forma, Ver. Cláudio Sebenelo, pois os cuidados devem ser tomados por parte da família, da escola, dos nossos professores, com capacidade imensa de persuasão sobre os alunos, principalmente nessa idade perigosa na qual as drogas despertam interesse, e, na maioria das vezes, depois não tem volta. Perde-se um cidadão, perde-se um filho, perde-se um jovem promissor para a vida brasileira. Eu não vejo outra alternativa, e o Ver. Cláudio Sebenelo falou aqui que até no esporte, e é verdade, até no futebol. Volta e meia é pego um atleta famoso pelas drogas, principalmente por cocaína.

Portanto nós desejamos que a sociedade brasileira não mais só reflita, porque o problema está aí à porta das nossas casas, mas atue fortemente em todos os sentidos, para que nós tenhamos, quem sabe diretamente na escola, uma orientação curricular, porque se não for na escola, com ajuda da família, do professor e os alunos pegando juntos, vamos dizer assim, em uma orientação mútua, em um crescimento mútuo, nós vamos ter muitas dificuldades, cada vez mais, porque a nossa juventude, às vezes desconhece que se trata de um mal devastador que está desorientando, desestruturando famílias inteiras. Portanto, através do esporte, através de atividades de lazer e de orientação, quem sabe, nós possamos lá na escola, na adolescência, mostrar esse mal que vem cada vez mais empurrando a nossa sociedade para um fundo de um túnel que não tem volta.

Eu quero aqui aproveitar a oportunidade e até lamentar que, quando procuramos, Ver. Nereu, dar a nossa parcela de contribuição a um Projeto que foi aprovado nesta Casa, um Projeto de uma semana de conscientização contra as drogas nas escolas municipais, ele foi aprovado, mas não foi sancionado até hoje. Parece-me que isso não é uma prioridade do Município. Então, peço à Secretária, nossa colega Sofia Cavedon, que coloque em prática esse Projeto aprovado nesta Casa, por unanimidade, nas escolas municipais, para que nós possamos, através das escolas, combater esse mal que leva os filhos para um caminho que não tem volta.

Quero agradecer aqui e dizer que este Legislativo tem de dar, sim, a sua parcela de colaboração para que possamos atacar esse mal. Às vezes as pessoas parecem que não estão vendo, Ver. Cláudio Sebenelo, mas está na nossa frente, está na frente da sociedade brasileira esse mal que se escondia, muitas vezes, na televisão, mas que hoje está claramente na nossa sociedade, até nas escolas, e nós deixamos passar, como se aquilo fosse ser resolvido naturalmente. Não. Tem de haver atuação forte de todos os órgãos de toda sociedade brasileira.

Parabéns, Ver. Cláudio Sebenelo, por essa idéia neste dia, para que nós possamos refletir, não só refletir, mas atacar fortemente, diretamente esse mal que vem afetando a nossa Nação. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de saudar especialmente a AFRUCTO, do nosso grande amigo Dr. Sérgio Ivan Borges, que há tantos anos vem trabalhando na causa contra os entorpecentes. Saúdo também os jovens da 2.ª e 3.ª séries da Escola Desenvolver que vêm, juntamente com as professoras Michele Oliveira e Cristina Rangel, numa visita orientada a esta Casa. Sejam bem-vindos!

Sr. Presidente, falo em nome da minha Bancada, a Bancada Progressista, do Ver. João Antonio Dib, hoje Prefeito desta Cidade, Ver. Pedro Américo Leal, nosso mestre em Segurança, do Ver. Beto Moesch, no meu, e ainda do Ver. Bernardino Vendruscollo.

Hoje é o Dia Internacional da Luta Contra as Drogas e isso nós não poderíamos deixar passar despercebido nesta Casa. E o que me leva a felicitar o preclaro Ver. Cláudio Sebenelo por trazer ao debate na Casa do Povo esse tema de tamanha magnitude e importância? É que o Brasil de hoje tem dois grandes problemas que, digam o que disserem, se superpõem a todos os demais em função da gravidade e da extensão das conseqüências que produzem: o desemprego e as drogas. Sobre o primeiro, esta não é a ocasião para debater, pois o debate deste Grande Expediente deve-se ater ao segundo tema, o das drogas.

Creio ser difícil encontrar em qualquer meio alguém que não tenha um parente, um amigo, um colega ou, no mínimo, um conhecido em cuja família não haja um caso de dependência de drogas. Certamente não são desconhecidos de ninguém os efeitos deletérios da drogadição, além de sobre o próprio dependente, também sobre a sua família.

Não seria exagero, Ver. Bernardino Vendruscollo, qualificar essa situação de um verdadeiro inferno na Terra. O caminho da droga é por demais conhecido: fragiliza o caráter do indivíduo, corrompe a personalidade, destrói a saúde e remete ao crime, à cadeia e, por fim, à morte. A droga rouba o futuro da juventude, avassala a família e corrói a sociedade como um todo.

Lamentavelmente, a Capital de nosso Estado, a nossa cidade de Porto Alegre, é uma das campeãs nacionais de uso da droga na juventude. Triste e inaceitável título que recai sobre cada um de nós, a cobrar-nos uma ação real e positiva, no sentido de buscarmos a reversão total dessa malfadada posição no quadro nacional. Não que qualquer posição nesse desastroso ranking seja boa, ainda que a última.

O que deve ser levado em consideração, em primeiro lugar, é especialmente o elevado nível de consumo e os públicos que estão sendo atingidos, hoje já em faixas etárias beirando a infância. Mas o momento é menos para críticas e mais para sugestões.

A solução para o problema - e chego a me questionar se existe mesmo uma solução viável – passa, necessariamente, pelo esforço conjunto de toda a sociedade. Inicia na família, em que os pais precisam não apenas sentir amor pelos filhos, que todos realmente sentem, mas também devem demonstrar esse amor, pelo exemplo e pelas atitudes, mais do que pela satisfação das vontades e pela ausência de limites. Passa pela escola, em que professores e pais, unidos, orientem para o bem comum e não para a individualidade, o egoísmo, o ter, o poder e o prazer. Passa pelos poderes públicos, pelo combate ao tráfico, pela inibição ao consumo, mas também pelas campanhas de educação preventiva e especialmente pela oferta de melhores condições de vida, motivadoras da higidez social. E passa pela sociedade como um todo, pelo exemplo que as pessoas maduras devem dar as mais jovens, em termos de comportamento individual e, fundamentalmente, pela observância de uma postura ética e moral que anime ao enfrentamento dos desafios que o futuro oferece.

Que Deus Nosso Senhor nos ilumine nessa caminhada! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Darci Campani em Grande Expediente.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É de extrema importância este tema trazido pelo nobre Ver. Cláudio Sebenelo, proponente desta homenagem, onde se trata de um tema de enorme relevância. Tentando verificar o que está ao nosso redor, nós observamos que a própria televisão procura invocar este tema com grande destaque, como por exemplo, a personagem Santana, na novela Mulheres Apaixonadas, que mostra claramente o papel ou o que o alcoolismo provoca no ser humano, a forma como domina o ser humano. Isso porque o alcoolismo é, todos nós sabemos, a porta de entrada para as demais drogas, fazendo com que nós passemos a dar muito maior atenção do que dávamos, porque hoje o álcool, que é uma droga que nos preocupa muito, é a porta de entrada para as demais drogas. Se nós percebermos que na vida cotidiana entre os jovens na faixa dos 12 e 18 anos de idade, mais de 80% já provaram o álcool e, de cada seis porto-alegrenses, um já está praticamente envolvido com o alcoolismo, nós temos que discutir, sim, na sociedade, os efeitos das drogas.

Recentemente, este Vereador fez uma discussão com o grupo de Alcoólicos Anônimos da Cruz Vermelha, e nós apresentamos, inclusive, um Projeto de Lei que está tramitando nesta Casa e que cria a Semana de Educação e Conscientização sobre os riscos do alcoolismo no Município de Porto Alegre. Achamos que não só o Poder Público deve discutir essa questão, mas também as escolas, quer municipais, estaduais ou federais devem dar toda a atenção devido à gravidade do tema, porque se hoje o problema já atinge 80% dos jovens entre 12 e 18 anos, imaginem no futuro o que poderá acontecer com essa juventude que não tem uma orientação sobre os efeitos das drogas na saúde da pessoa. E nós sabemos que essas entidades que hoje exploram, fazem ou promovem o tráfico de drogas ou vendem o próprio álcool não têm a mínima responsabilidade com relação ao tratamento dessas pessoas.

Quero, em nome da Bancada do PT, parabenizar o Ver. Sebastião Melo, proponente deste debate, porque ele começa a nos instigar em relação a este assunto. Às vezes, as entidades que tratam desse tema ficam à margem do Poder Público, e nós temos que não só apoiar essas entidades, mas provocar, no futuro, não só convênios que possam possibilitar o atendimento dessas pessoas pelo SUS, mas também as entidades ou ONGs que façam esse trabalho ser melhor reconhecido pelo atendimento que prestam.

Nós, enquanto Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no ano passado, visitamos algumas entidades, e, realmente, elas nos sensibilizam, porque, muitas vezes, não têm o aporte financeiro do Poder Público. Uma vez discutindo esse tema, provocando inúmeros seminários, poderemos sensibilizar não só o nosso Governo Federal, como o Governo Estadual e o Governo Municipal, para ampliar o tratamento daqueles que, infelizmente, estão hoje envolvidos com o mundo das drogas.

Em nome da Bancada do PT, nós agradecemos ao proponente e, ao mesmo tempo, aos senhores pela visita. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente Ver. Elói Guimarães. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dar um abraço especial no meu querido colega Dr. Cláudio Sebenelo, por este momento que nos proporciona.

Que tristeza o homem ser escravo de governos! Que grande tristeza! E se pode revogar por uma revolução ou por alguma outra medida essa escravidão. Mas que ruim ser escravo, dependente de substâncias! Que tristeza! E aí temos substâncias que são legais, como o álcool, que representa uma grande tragédia na nossa sociedade, porque, onde houver um agravo de morte ou de doença externa, ali está o álcool. Cada vez que uma mulher é agredida dentro de seu lar, ela é agredida por alguém que está envolvido com álcool. Cinqüenta e cinco por cento das pessoas que causam agressão à mulher têm álcool na sua passagem. Se falarmos em acidentes de trânsito, isso deve aumentar muito mais. E é uma droga legal, é uma droga que pode ser vendida aí por todos nós, e aquele que fica dependente do álcool não é um sem-vergonha, como se pensa: é um doente, e tem que ser tratado como tal; e as pessoas que o cercam também podem estar adoentadas, e existem muitas teses falando a respeito da companheira do alcoolista: por que agüenta? Será que é só por compaixão que agüenta tudo o que acontece? Quase todas as pessoas que ficam dependentes do álcool têm uma cicatriz em seu corpo: ou de um acidente, ou de uma briga, ou de uma intervenção por paravenóclise de substâncias na veia, num momento de internação.

Ah! Muito pior são as drogas que não são legais. E essas... Por que se entra? Por curiosidade! Que pena que a curiosidade não seja científica, não seja despertada para outras coisas. É para bancar o “gostoso” ou a “gostosa”? Às vezes é, na adolescência, para dizer: “Sim, eu posso”. É por más companhias? Sim, é. É para fazer parte de aldeias e de grupos? Também é. Que tristeza! Que compaixão que nós, que estamos do outro lado, que não passamos por essa tragédia da dependência da droga, devemos ter para com essas pessoas, porque, na verdade, é uma caminhada de otário: não é de herói, é de otário. Jamais a droga leva a uma coisa boa; leva ao sofrimento, leva à hospitalização, leva ao desespero, leva à prostituição, leva à AIDS. Por que motivo a AIDS passa tão rápido na História recente do mundo, uma epidemia que passou agora, tão rapidamente, para as mulheres também? E ela não tinha começado nesse gênero! Por quê? Será que temos tantos bissexuais assim? Não, é a droga. É a roda de pico. E quando falta, na roda de pico, a água destilada, se usa a água da patente, e ali está a hepatite C, a hepatite B. Quando não há patente no local, na roda de pico, é o sangue de alguém. E se por acaso, o sangue for usado no primeiro para misturar com o pó, já que não trouxeram água destilada, porque não tinham dinheiro, porque gastaram tudo no pó, quando chegar ao final da roda, todos estarão com milhões e milhões de partículas do vírus da AIDS no seu sangue, contraindo inapelavelmente a doença. Por isso a AIDS cresceu muito, é a droga.

E o que temos pela frente é uma luta desigual, porque envolve muito dinheiro, envolve fortunas, envolve caminhos de dinheiro astronômicos, por isso que não pára nunca a luta. É uma luta desigual, a nossa, da sociedade, com eles. Nós temos caminhos pela frente? Sim. Temos o caminho de uma luta árdua contra o traficante. Não sei como os governos farão, porque é muito dinheiro do outro lado. É uma luta incessante. Penas terríveis contra os traficantes e contra o usuário: pena nenhuma, compaixão, desespero, afeto. Afeto... Para a prevenção, precisa o afeto surgir dentro da família e dentro do grupo de amigos; precisa surgir na educação. E que bom que o Fortunati está trazendo a escola para o fim de semana, que bom que o Fortunati está pensando no turno integral. Por quê? Por que aí, dentro dos aspectos lúdicos e artísticos que a escola pode trazer, poderemos não deixar uma pessoa jovem partir para o mundo desesperador das drogas. Eu digo desesperador porque convivi com algumas pessoas que me procuraram, e é desalentador. Pena que não podemos passar um filme aqui para ver o que é a falta da droga, o desespero que dá na hora da “fissura”. Pena que não possamos passar aqui.

A escola é importante. E para tratamento? Ah! Agora o Governo Estadual parece que se preocupa e chama os especialistas médicos: Sérgio de Paula Ramos e o Dr. Ângelo Campana, para orientar políticas que venham a ajudar no tratamento. Mas os médicos fazem bons tratamentos para os drogaditos? Nós, médicos, a ciência médica não consegue tratar adequadamente, a não ser em casos pontuais, o aspecto da dependência da droga. São determinadas instituições que por aí estão, geralmente ligadas a grupos religiosos, de algumas igrejas, que tratam melhor esse tipo de ação, e então, os Governos têm que dar atenção para isso. Eles estão sempre abandonados, desesperados por um quilo de arroz, desesperados pelo leite, desesperados por uma fruta, desesperados por uma verdura. E vêm buscar na Câmara, e nós não temos verbas para fazer isso. Que os Governos valorizem esta ação que internacionalmente é reconhecida como boa! São esses grupos de fazendas e outros ambulatórios. Sim. Depois a saúde pública tem que pegar de volta essas pessoas e dar um seguimento, se for possível.

Então, quantas coisas temos que fazer! Mas há de ser terrível a luta contra os traficantes, porque tem muito, muito dinheiro envolvido. É assim que pensamos: melhores dias para os nossos jovens, melhores dias para aqueles que querem sair e se desesperam. Muita compaixão por quem usa qualquer tipo de droga. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal em Grande Expediente.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Elói Guimarães; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ouvi com muita atenção os Vereadores que me antecederam nesta tribuna e me chamou a atenção, dentre as várias manifestações, a manifestação feita pelo Ver. Dr. Goulart, meu amigo.

Eu não poderia deixar de falar, nesta homenagem, do assunto referente às drogas, esse mal que atinge o mundo inteiro; não é uma questão só de Porto Alegre, não é do Rio Grande nem do Brasil, mas é uma questão do mundo inteiro.

A luta é desigual, como disse o Vereador que me antecedeu, mas não podemos jamais perder as esperanças e precisamos usar todas as armas. Se não dermos guarida e se não tratarmos aqueles que são os mais atingidos pelo uso das drogas, que são os jovens, que serão o futuro da nossa Nação, o nosso futuro estará comprometido.

Quantos são os lares, Ver. Sebenelo, que hoje estão destruídos pelo uso da droga, pelo alcoolismo, que também é uma droga? Quantas famílias separadas, pessoas mutiladas, lares onde há de tudo, do bom e do melhor, de pessoas ricas, mas que também são vítimas da droga, porque ela não escolhe classe social, não escolhe cor ou credo religioso.

Os Vereadores aqui sabem que sou pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e passei por isso na minha vida. Sou um ex-drogado, ex-alcoólatra e ninguém melhor do que eu para falar do sofrimento e da angústia dos problemas causados por esses vícios.

Como disse o Vereador que me antecedeu, Ver. Dr. Goulart, todo tipo de trabalho feito é válido, seja ele por intermédio de uma entidade religiosa, de uma cura pela medicina, seja através de uma terapia, seja através do diálogo, enfim, não importa. O que importa é que temos de lutar, temos de tirar as pessoas que estão perdidas, enganadas, achando nas drogas um subterfúgio para problemas que não conseguem enfrentar em suas vidas. Os jovens acham que o mundo é colorido, como dizem.

O uso das drogas, no início, a questão do alcoolismo, no começo tudo realmente é festa; tudo realmente é bonito, mas por trás desse colorido o que nos espera é uma parte cinzenta, uma parte de nossas vidas. Só quem passou por isso sabe dizer o quanto é triste, o quanto é sofrido nós olharmos para o lado, como várias vezes aconteceu com este Vereador, e nos sentirmos realmente sós, abandonados por tudo e abandonados por todos. A pessoa se sente realmente precisando de uma mão amiga, precisando de um amparo, de alguém que venha em seu socorro.

Eu quero parabenizar o trabalho de todos e dizer que essa luta é uma luta de todos nós. Nós, ao contribuirmos para que um jovem não se envolva no mundo das drogas, estaremos dando uma grande contribuição para a nossa Nação.

Lembro-me muito bem que uma vez um médico, sabendo que eu era Pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, me disse: “Olha Valdir, esteve no meu consultório uma detetive particular que me disse que as duas causas pelas quais ela é mais contratada era para infidelidade conjugal e para verificar se os filhos estão usando drogas. E que quando é diagnosticado que os filhos realmente estão usando drogas, existem dois caminhos: ou procura-se um tratamento convencional ou um tratamento espiritual.”

E ele me disse uma coisa que, de certa forma, me deixou muito feliz: que essa detetive disse para ele que tem visto o resultado do trabalho que é feito pelas Igrejas, que cuidam desse tipo de pessoas - não estou especificando nenhuma Igreja -, que cuidam, que vão, que batalham, que querem fazer com que essas pessoas sejam reintegradas à sociedade. Temos muitas armas para lutar contra esse tipo de coisa e não vamos cruzar os braços. A luta pode ser desigual, mas, se nos unirmos nessa luta, nessa batalha, com certeza, nós e eles, que estão precisando, iremos vencer. Sabemos de onde vêm todas essas questões, principalmente daquelas pessoas que começam dentro das escolas, nas portas das escolas.

Por isso peço a atenção de todos os pais para que dêem atenção a seus filhos, dêem carinho, dêem amor, dêem companhia para seus filhos porque senão esses traficantes, essas pessoas que querem o mal da sociedade adotam seu filho, dão atenção e carinho a ele e também dão a destruição através da droga. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença da Sr.ª Luciane Escolto, do Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente; da Sr.ª Verônica Dariva, do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Sr. Jano Campos, da Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano de Porto Alegre - PACTO.

A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra por cedência de tempo deste Vereador em Grande Expediente.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Um carinho muito especial à Terezinha, grande batalhadora em nossa comunidade que desenvolve um belíssimo trabalho na área da drogadição na Vila Santa Rosa; bem-vinda a nossa Casa. Quero aqui destacar, e todos os Vereadores que me antecederam destacaram que as maiores vítimas do uso abusivo da drogadição são os jovens, em especial as crianças e os adolescentes. Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação apontou o uso de entorpecentes como forte fator de violência escolar no Brasil. Em 32% das escolas há consumo externo, ou seja, tráfico nos arredores. Hoje pela manhã, com o depoimento do Secretário de Educação, ouvimos que há um consumo interno. Esse levantamento envolveu 19 mil professores e 200 mil alunos, de 2.351 escolas públicas e privadas no País, revelando que a questão da droga e da violência interfere no desempenho escolar e obviamente na vida daquele adolescente, daquele jovem, daquela família, daquela mãe, daquele pai. Nesse particular, eu quero aqui saudar uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação, que tem desenvolvido ações de prevenção à violência, conseqüentemente prevenção à violência também no que se refere ao uso e abuso das drogas.

De que forma é feito esse trabalho? Através da instalação de um fórum de prevenção a violência e implementação de programas com eixo na educação para a paz, atingindo toda a rede municipal da nossa Cidade. É esse o caminho que devemos seguir, pois sabe-se que, quanto mais cedo educarmos as crianças, os adultos sobre os perigos da droga, mais aumentaremos a consciência sobre os seus malefícios e as conseqüências desse vício.

Também quero destacar – e merece toda a nossa atenção – o uso das drogas lícitas. Quando se fala em drogas, falamos muito nas drogas ilícitas - a maconha, o crack, a cocaína -, e esquecemos de abordar, talvez porque é uso comum – e o Ver. Cláudio Sebenelo tem falado sobre isso aqui – as drogas lícitas. Segundo o estudo divulgado pela Comissão Interamericana para o Controle e o Abuso das Drogas, da Organização dos Estados Americanos, dois em cada dez brasileiros maiores de 11 anos já consumiram algum tipo de droga. O dado preocupante é que pelo menos 11,2% são dependentes de álcool ou fumo. O levantamento aponta que 41,1% dos brasileiros são fumantes, e 68,7% dos brasileiros bebem. E não é beber, como dizia hoje pela manhã o Ver. Dr. Goulart, usando a sensibilidade. Não é a questão nem mais de beber moderadamente, mas é beber o mínimo possível. Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer mostra que 90% dos fumantes brasileiros se tornaram dependentes ainda crianças e adolescentes; também indica que 2,3% da população são consumidores, ou, pelo menos, já consumiram, já experimentaram alguma vez na vida, a cocaína. A maconha é consumida por 6,9% dos brasileiros.

O Rio Grande do Sul é o Estado que apresenta maior dependência do tabaco: são cerca de 12,8% de consumidores de cigarro, e é de 1,6% os que consomem a maconha. Cerca de 3,6% já experimentaram cocaína, no Rio Grande do Sul, e 8,4%, a maconha, o que é uma taxa bastante alta no País. E nós podemos associar, sim, o uso de drogas com o alto índice de violência registrado em nosso País, em nosso Estado, mas não podemos rotular um viciado, um usuário de drogas como criminoso. Aquele que usa drogas merece o nosso respeito e merece ser tratado como uma questão de saúde, não como um traficante; nós temos que saber diferenciar, e, muitas vezes, o nosso rótulo em cima do usuário de drogas é muito pesado.

É preciso desenvolver ações que, por um lado, devem promover um processo educativo quanto ao combate e ao uso abusivo; por outro lado, também é recomendável e eficiente a repressão ao crime organizado e a criação de mecanismos jurídicos de punição à posse, à venda, ao uso ilegal de armas e de munição, atrelados à questão do narcotráfico. A nossa juventude vive um processo pelo qual busca ser reconhecida na sociedade, sendo que, ao mesmo tempo, essa sociedade não é igualitária, não é justa, não propicia possibilidades de ascensão social, como emprego, acesso à saúde e à educação. O resultado disso é que temos, cada vez mais, crianças, adolescentes, jovens, que se encontram deprimidos pela falta de perspectivas de futuro com uma boa qualidade de vida, buscando, então, alívio nas drogas e na violência como uma forma de superação dessa ansiedade.

Quero, aqui, mais uma vez, parabenizar o Ver. Cláudio Sebenelo pela iniciativa de propor, nesta Casa, essa discussão séria, porque só assim é que nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, sociedade civil organizada e Governo poderemos estar numa luta, irmanados, para reverter esse quadro, essa lógica perversa que assola o mundo e que corrompe as nossas crianças, os nossos adolescentes, os nossos jovens, os nossos homens e mulheres nos dias de hoje. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, por cessão de tempo do Ver. Ervino Besson, em Grande Expediente.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentá-lo, Ver. Cláudio Sebenelo, porque, aparentemente, esta seria mais uma Sessão na luta de combate às drogas, mas eu acho que na ação de V. Ex.ª há, inarredavelmente, toda uma simbologia e um posicionamento em relação àquilo que nós poderíamos dizer que foi e é a tragédia de dois séculos, porque essa tragédia nasceu, e forte, no século XX, e avançou sobre o século XXI. Eu não sei aonde é que se vai chegar em relação ao dramático problema dos entorpecentes no mundo inteiro.

Eu quero, sobretudo, cumprimentar a ação do Dr. Mathias Flach, ex-Delegado, ex-magistrado, que, no decorrer dos anos da sua trajetória de homem público, assumiu essa luta, na forma singular como se colocou em relação a essa tragédia internacional. O Dr. Mathias hoje, na área da luta contra as drogas e os entorpecentes é referência internacional, e isso, Dr. Mathias, muito nos orgulha, porque o senhor é um filho da terra; como diríamos na nossa fronteira, o senhor é crioulo, oriundo da terra, aqui do Rio Grande, aqui da nossa Porto Alegre, onde se formou, onde se projetou nas suas atividades de Delegado de Polícia, de Magistrado e, sobretudo, de cidadão. Por isso, nossos cumprimentos em nome da Bancada do nosso Partido, o PDT. E o fazemos porque temos de fazer todos os atos que são possíveis. Nós não sabemos em quais das frentes nós devemos atuar, mas nós sabemos de uma coisa: não podemos, Ver. Dr. Goulart e Ver. Ervino Besson, silenciar em relação a esse tema, que atinge as nossas casas, as nossas famílias, as nossas escolas, as nossas ruas, os nossos bairros, o nosso Centro e a nossa periferia. Não há área que esteja imune a essa tragédia, a essa circunstância. E, como aqui já disseram, envolve somas astronômicas, é a maior parcela da economia informal. Isso acontece no nosso País, um País ainda muito desorganizado no controle da economia informal. Mas o que dizer-se dos Estados Unidos, um País de economia fundamentalmente formal, essencialmente formal, com todos os recursos, com todas as estruturas, com toda a “tolerância zero” em relação às drogas? Mesmo assim, elas vicejam nas grandes cidades e em todos os pontos do território dos Estados Unidos da América do Norte. O que é que sobra para nós? Ontem, eu ouvia um depoimento de uma jornalista da Rádio BBC, de Londres, e ela referia-se ao problema, hoje, do avanço, da escalada da heroína sobre a cocaína, na medida em que pela possibilidade de transporte da heroína – vejam como é terrível, como é dramático –, em termos de preços, um quilo de heroína corresponde a dez quilos de cocaína. Então, hoje, a heroína conquista o mercado americano. E chega a nossa terra, chega ao Brasil causando os males, as tragédias diárias, de pais não tendo mais o que fazer. As tragédias familiares, essas são as piores de todas, quando alguns registros chegam aos jornais, de pais chegando ao ato mais dramático de enfrentar um filho a tiros, à bala, tendo de defender a mãe dos ataques de um filho doente – porque é uma doença, nós sabemos –, mas, num determinado momento, a tragédia familiar assume contornos insustentáveis dentro da estrutura familiar. Eu confesso, Dr. Mathias e Dr.ª Irma, que nós, infelizmente, temos sido impotentes nessa luta. São muitos os problemas, mas, na minha opinião, nenhum deles é mais dramático, na nossa sociedade, do que o problema das drogas. Eu gostaria de ouvi-los. O que fazer? Qual o caminho a seguir? O que devemos, como homens públicos, com responsabilidades públicas, como cidadãos, como pais, como filhos, fazer para combater esse extraordinário poderio que tem raízes econômicas profundas e com volumes de dinheiro estratosféricos? Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar a presença do Sr. Sidney Charles Day, Diretor Financeiro da PACTO - Fazenda do Senhor Jesus. Honra-nos, sobremodo, a presença aqui já aludida do Dr. Mathias Flach e da Dr.ª Irma Rossa. Manifestando-se a Casa, nós agora concederemos a palavra ao Dr. Mathias Flach, magistrado, figura conhecida, ex-Presidente do Conselho Federal de Entorpecentes, uma das maiores autoridades no trato e no combate às drogas em nosso País.

O Dr. Mathias Flach está com a palavra.

 

O SR. MATHIAS FLACH: Ex.mo e estimado Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre na presidência dos trabalhos, Ver. Elói Guimarães; distinta colega, presente neste ato, Dr.ª Irma Rossa; uma menção muito especial ao amigo e Ver. Cláudio Sebenelo, que me oportuniza, mais uma vez, estar presente na Câmara Municipal da minha Porto Alegre. Todas as ocasiões em que aqui estive, eu apenas recebi e acolhi demonstrações de muita estima - como há pouco me fazia o Ver. Isaac Ainhorn - e reencontro uma série de pessoas com quem, nas minhas diversas aventuras de vida, eu tive um contato alvissareiro e importante.

Em primeiro lugar, caberia salientar a importância de a Câmara Municipal emprestar esse valor a uma data, sobre a qual buscamos uma melhor consciência. Pelo menos buscamos uma melhor compreensão desse problema internacional das drogas. E eu digo que colho motivos de satisfação, aqui na Câmara Municipal, ao ver a qualidade das manifestações de todos os Vereadores que hoje se manifestaram. Ainda é muito comum, nesse nosso mundo, imaginar-se que a linguagem emocional e moralista que sempre caracterizou a abordagem da questão das drogas é seguida. Há muitas pessoas que ainda imaginam que a questão das drogas é uma questão de polícia, de Ministério Público, de Justiça e de cadeia, e não percebem que a visualização moralista, severa, com conteúdo ideológico claro e até antagônico - por vezes, até da própria juventude -, nessa guerra dramaticamente imposta por um país hegemônico, nos trouxe muito mais prejuízos do que vantagens.

Nós temos em todo o mundo uma população carcerária imensa de garotos desavisados, de “mulas”, de mulheres encontradas com substâncias proibidas, com um filho na barriga e outro no colo e recolhidas à prisão para cumprirem penas de 4, 5, 6 anos de reclusão, praticantes de crimes hediondos sem direito à progressão de regime. Enquanto isso, vêm os dignitários da Justiça, seja do Superior Tribunal de Justiça, seja do Supremo Tribunal Federal, que nos dizem que nós não temos, até hoje, no Brasil, uma dúzia de processos por “lavagem de dinheiro”. Então, que bom que se venha à Câmara Municipal de Porto Alegre e se ouçam mensagens ponderadas, equilibradas, todas elas voltadas à importância do trabalho familiar e comunitário no enfrentamento do problema! Ninguém pode dizer que está imune e indiferente ao problema, como também ninguém poderá dizer que tem a potencialidade exclusiva de resolvê-lo. Não. Todos os que aqui falaram manifestaram não só uma compreensão, uma análise crítica muito interessante, como também expressaram o quanto já participam de uma atividade endereçada ao enfrentamento da questão, seja no mundo esportivo, seja na vila, seja na escola, seja na comunidade em geral. Que bom!

Perguntava-me o Ver. Isaac Ainhorn - uma questão profunda e de difícil resposta, em um tema de tal complexidade -: o que nós podemos fazer em relação às drogas? É um bom começo esse interesse, a discussão livre e coerente, não mais vazada em termos ideológicos, moralistas ou preconceituosos, mas que busquemos todos, de forma bem intencionada e concorrentemente de boa-fé, soluções melhores para um tema que foi muito maltratado através da história. E eu diria mais: que também se torna indispensável, hoje, que se faça uma abordagem integral e equilibrada. Não é mais um problema só de polícia nem de Justiça. A própria polícia, a própria Justiça, de certa forma, admitem o fracasso, na medida em que o policial quer se substituir por aquelas pessoas e técnicos que apresentam programas de prevenção. E a própria Justiça busca legitimação na sua atuação, pelo menos em relação aos usuários e pequenos passadores, com a chamada Justiça Terapêutica, que nada mais é do que uma demonstração de que os mais bem intencionados representantes da repressão e da estrutura jurídico-penal admitem que a sua visualização deve mudar um pouco, porque não se trata mais de uma questão de polícia e cadeia, como solução mágica para a questão das drogas. Não que a repressão penal não tenha uma atividade importante em relação às drogas ilegais, na medida em que a questão é permeada por uma criminalidade violenta e ameaçadora, do que nós temos consciência.

Mas somos obrigados, também, a não perder de vista a realidade científica de que, ontologicamente, em termos substanciais, não há distinção entre drogas lícitas e ilícitas. Toda droga psicoativa lícita ou ilícita pode provocar os mesmos problemas de saúde. E foi anotado também, na ponderação que caracteriza esta nossa reunião, que, se “colocarmos na ponta do lápis” o álcool, o tabaco e o abuso de medicamentos, veremos que eles determinam os nossos maiores problemas em relação à questão das drogas. Mas se valoriza muito, é um costume nosso, de certa forma também reiterado pelos meios de comunicação, porque faz parte da subcultura que envolve a questão. Se trabalha muito nessa coisa de droga ilícita, polícia e cadeia, se olvidando esses malefícios todos das drogas lícitas.

Eu dou em exemplo. Por este Brasil - e as pessoas me confirmam -, se fala muito do crack: droga destruidora, nociva, prejudicial – não se tem dúvida disso. Agora, se eu perguntar, em qualquer lugar do Brasil aonde eu vou, se alguém já viu um garoto cheirando cola ou deitado embaixo de uma escada, embaixo de um viaduto, completamente intoxicado por cola de sapateiro, por qualquer substância inalante, todos vão dizer que sim. E se eu perguntar quem já viu alguém fumando crack, verei que, nesse uso, é muito menor a incidência de pessoas. Mas inalantes, na medida em que é uma droga legal, que se compra em ferragens e em supermercados, passa a não ter o mesmo significado, a mesma importância. Por isso se torna absolutamente importante que se tenha a noção de que droga lícita e droga ilícita devem ser entendidas em termos científicos com a mesma potencialidade de efeitos deletérios.

Outra coisa é o crime organizado: matéria de polícia, matéria de Justiça, matéria de cadeia.

Outra questão também, nessa abordagem integral e equilibrada que se pretende, como uma coisa mais coerente no enfrentamento da questão das drogas, é que nós temos que valorizar cada vez mais as medidas sanitárias, as medidas de saúde e as medidas preventivas. Na escola, por intermédio dos nossos profissionais médicos, psiquiatras, psicólogos. Mas não somente eles; eu vejo aqui a representação de muitas comunidades terapêuticas que fazem um trabalho maravilhoso e esforçado e em paulatino aperfeiçoamento da sua capacitação. Eu saúdo essa forma generosa de contribuição, porque, ao contrário de outros países do mundo - e eu me orgulho, neste momento, de ser brasileiro -, são pessoas que fazem disso um sacerdócio, sem nenhuma finalidade financeira ou econômica e até, por vezes, prejudicada na sustentação das suas entidades. Essas entidades têm de ser aperfeiçoadas e, ao mesmo tempo, contempladas pelo Governo e pelo Estado no sentido de, ao lado dos tratamentos mais usuais, mais formais, mais “psiquiatrizados”, poderem atuar no sentido de um enfrentamento da grave questão das drogas.

Eu aprendi, através dos tempos, e divido a minha convicção – pelo menos, em razão do tempo em que estou voltado para a questão - de que nós não podemos dizer, “aprioristicamente”, quem melhor trata drogado. Eu já vi trabalhos maravilhosos em institutos psiquiátricos formais, em hospitais, como também vi que o tratamento por intermédio dessas comunidades terapêuticas foi absolutamente eficaz e interessante.

Há a questão da prevenção também. Olha, gente, em prevenção, nós estamos atrasados, porque acreditamos tanto na repressão que os próprios modelos preventivos tinham por base a ameaça da repressão: "Olha, se você usar drogas, vai ser um dependente; se for um dependente, você vai ser preso, você vai morrer, você vai ter uma série de contratempos em sua vida, a sua família vai ser arruinada, você vai praticar crimes." E diz-se que o jovem que usa drogas pratica crimes, mesmo que ele use drogas, que não seja dependente, que nunca tenha pensado em praticar um crime e nem vai fazê-lo. Ao lado disso, nós temos os dependentes, e, quando nós temos um dependente - felizmente a minoria dos experimentadores de drogas -, nós sabemos como isso cria desconfortos pessoais, sociais e familiares. Em relação a isso, nós temos que tratá-los, nós temos que buscar o possível tratamento e a possível redenção nesse quadro triste e miserável, que é a dependência de drogas. Eu acho até, de certa forma, para tornar compreensível o que estou manifestando, que essa triste epidemia da AIDS nos permitiu melhor conhecimento da questão das drogas. Quando eu fui um esforçado Delegado de Polícia, na minha juventude, na Delegacia, organização a qual entreguei os meus primeiros anos de adulto - e tive como chefe, entre outros, mas o valorizo muito, o Ver. Pedro Américo Leal, que foi um bom chefe, na época -, nós imaginávamos que consumo de drogas, todas as questões que fossem relacionadas às drogas era um problema de polícia. A AIDS nos ensinou definitivamente que polícia não pode fazer prevenção ao desenvolvimento dessa epidemia, a AIDS. Foi a AIDS que nos ensinou que quem tem que ir ao encontro do drogado são as autoridades sanitárias, e não a polícia. As autoridades sanitárias têm de ir lá ensinar; elas é que vão dizer: "Você não deve se drogar, mas, se você tem um impulso irresistível em relação ao uso de drogas, faça um uso não-injetável; se, mesmo assim, você não conseguir e fizer o uso injetável, que faça um uso limpo, no sentido de não se contaminar e não contaminar os outros." Alguém diz que isso seria aceitar o drogado, como se fosse possível imaginar que ele inexiste, como se fosse possível imaginar que ele é um ser de outro planeta. Pois bem, o drogado se contamina, contamina os outros e determina, inclusive, essa tragédia, agora, em relação às mulheres, porque o garoto que usa drogas, que se contamina, ele, muitas vezes, está na moda, ele é magro, bonito, vai para uma boate, se relaciona com uma mulher, e eis mais uma mulher vitimada no círculo vicioso que determinou esse crescimento assustador do número de mulheres hoje infectadas pelo vírus da AIDS.

Então, nós estamos hoje sendo obrigados a abandonar os preconceitos e os moralismos e a ser mais pragmáticos. Esses programas de redução de danos e de assistência ao drogado são indispensáveis! Alguém diz: “Isso, de alguma forma, significa uma tolerância com drogados.” Se não aceitarem nenhum argumento de generosidade para com o drogado, vamos pensar, pelo menos, em termos práticos: vamos diminuir a epidemia, vamos diminuir os gastos com os soropositivos e os que virão a contrair a doença e vamos aumentar a possibilidade de trabalho dessas pessoas.

Vejamos os programas europeus que hoje são desenvolvidos: alguém é drogado. Ele vai ser preso porque é drogado? Não, ele vai fazer socialmente aquilo que pode até com as controvertidas e complexas ofertas de drogas substitutivas das próprias drogas no sentido de manutenção.

Tudo isso não é fácil a gente pensar de uma vez só. O que é definitivamente correto é que esse modelo, repressivo, ideológico, hegemônico, de luta bélica, substituindo a guerra aos comunistas - agora a guerra é às drogas -, não é o melhor caminho, e essa ponderação eu encontrei nesta Sessão, com depoimentos que eu valorizo muito. Por isso, manifesto, mais uma vez, a minha alegria em participar desta Sessão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Dr.ª Irma Rossa, Dirigente do Serviço de Alcoolismo e Drogas do Hospital Conceição, está com a palavra.

 

A SRA. IRMA ROSSA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Dr. Cláudio Sebenelo, que me convidou para vir aqui hoje. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Agradeço pelo convite e pela oportunidade de divulgar o trabalho que realizamos no Hospital Nossa Senhora da Conceição, nesta Semana Gaúcha de Combate às Drogas.

Experimentar drogas é uma opção; tornar-se dependente de drogas não. Ninguém decide tornar-se dependente; ninguém acorda de manhã, lava o rosto, escova os dentes e  pensa: “Hoje vou me tornar um dependente de drogas”. O processo é lento, insidioso e quase imperceptível, até que começam os problemas, que vão num crescendo, envolvendo a família, revelando o que há de pior dentro de cada ser humano, e os exemplos são os filhos que matam os pais e pais que matam os filhos, conforme nos mostra a mídia, para o nosso horror. O nosso trabalho, desde 1986, tem sido tentar recolocar essas pessoas num ritmo saudável, é tentar ajudá-las a encontrar outros caminhos, é diminuir o sofrimento das suas famílias, aliviando a culpa que não cabe, e estimular a responsabilidade, pois, se a ninguém pode ser atribuída a culpa por ficar doente, cada um deve  responsabilizar-se  pelo seu tratamento. O modelo utilizado no Hospital Nossa Senhora da Conceição é a terapia cognitiva, o comportamental. Acreditamos que, por trás de cada comportamento, há um pensamento, e por trás de cada pensamento, há uma crença. Para modificar um comportamento, não basta interrompê-lo; é necessário modificar a crença que gera o pensamento que provoca o comportamento; se isso não acontecer, a recaída é certa. Esse é um processo difícil, trabalhoso, lento, mas é o único possível. Da mesma forma, acredito que a sociedade que se dispõe a combater as drogas tem que passar por um processo semelhante. Tem-se  que revisar o conceito drogas. Falamos só das ilícitas, e que tal o número assustador de mortes em conseqüência do uso de cigarros, as inúmeras mortes de trânsito que envolvem o uso de álcool? Uma das primeiras tarefas que damos aos nossos pacientes é fazer uma lista de riscos e benefícios do uso das drogas. Que tal fazermos isso em relação às drogas ditas lícitas? O lucro advindo da comercialização dessas drogas é maior do que o custo dessas vidas? O trabalho da Equipe de Dependência Química, do Hospital Nossa Sr.ª da Conceição, tem como objetivo atender os usuários de substâncias psicoativas, que estão inseridos no Sistema Único de Saúde, dando suporte também para seus familiares. Também nos envolvemos em atividades de ensino e pesquisa dentro da instituição. Uma das nossas atividades, que realizamos  há mais de 10 anos, ininterruptamente, é o que chamamos “Conversando sobre Alcoolismo e outras Drogas”. É uma reunião aberta que ocorre no primeiro sábado de cada mês, às 10 horas da manhã, no ambulatório do Hospital. Não é necessário inscrever-se previamente, e, nessa reunião, são passadas informações, discutidas situações, ouvidos depoimentos. O que aprendemos nesses quase 20 anos de trabalho é que se não optamos por nos tornarmos dependentes de drogas, podemos optar por ser contra as drogas. Num recente trabalho de pesquisadores conceituados, que fizeram o seguimento de crianças até a idade adulta, comprovaram que o único fator que prediz o uso de drogas, na idade adulta, é a atitude tolerante em relação às drogas por parte dos pais dessas crianças. No filme O Último Suspeito, essa idéia está bem demonstrada. O roteiro mostra um policial que investiga um assassinato, suspeita de seu filho, um dependente de drogas. Numa cena, o rapaz procura a mãe, que o recebe fumando, em outra, mostra o pai, que, ao chegar em casa, abre um cerveja. Essa é a dupla mensagem: por um lado não quero que meu filho use drogas; por outro, eu as consumo. Tal como o camaleão: com a cabeça, diz que sim; com o rabinho, diz que não.

Voltamos, então, para a sociedade como um todo, que é contrária ao uso de drogas, sim; mas permissiva com álcool e cigarros. Não é fácil, diz aquela música. Não, não é. Assim como o sujeito fica dependente da droga, nós, como sociedade, também ficamos. O primeiro quer a ação da droga no cérebro, e nós queremos o dinheiro que advém da produção e comercialização. Qual é a saída? Nós ensinamos aos nossos pacientes buscar outras fontes de prazer e satisfação. Cabe a nós, como sociedade, buscar outras alternativas econômicas que não nos custem tão caro. Já existem movimentos buscando alternativas para outras culturas que não o fumo. Em um outro filme, a sugestão foi a construção de uma quadra de esporte. Esta é uma alternativa para se obter prazer sem necessidade de drogas. Que esta semana motive-nos a buscar outras. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ao encerramos esta fase da presente Sessão, nós queremos agradecer ao Dr. Mathias Flach e a Dr.ª Irma Rossa, e, em especial, ao Ver. Cláudio Sebenelo por ter propiciado a Casa esta reflexão e este encontro altamente produtivo nesta luta que é de todos, e a Casa está cumprindo o seu papel na defesa da vida, da saúde, enfim, combatendo as drogas.

Vamos suspender os trabalhos para os cumprimentos às autoridades. Obrigado.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h58min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 16h01min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Carlos Pestana está com a palavra por transposição de tempo com o Ver.  Beto Moesch em Comunicações.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Sr. Presidente, demais Vereadores, Vereadoras, pessoas que nos assistem no Canal 16, ontem, tive a oportunidade de participar, na Assembléia Legislativa, de uma Audiência Pública,  provocada por mim, na Comissão  de Serviços Públicos, presidida pelo Deputado Raul Pont, sobre Políticas para a  Juventude.

Foi uma Audiência que teve uma participação expressiva da juventude, várias entidades, várias associações ligadas à juventude se fizeram presentes no debate. E a razão pela qual propus a Audiência  foi porque,  toda vez que fizemos aqui, em Porto Alegre, uma pesquisa, um levantamento, constatamos que o porto-alegrense indica como problemas da sua cidade dois  aspectos que estão poucos relacionados até com a  competência do próprio Município: a segurança e o desemprego.

Ontem, tivemos acesso a informação de que 40% das vítimas de homicídios são jovens;  2/3 das pessoas que estão nos presídios, hoje, são jovens pobres.

Então, essa questão do emprego e a questão da segurança são assuntos que estão intimamente ligados com a questão de uma política para a juventude.

Eu tive a oportunidade, ontem, nessa audiência, de observar que o nosso Governo, o Governo Lula, estará anunciando, por intermédio do Ministério do Trabalho, um programa que foi extremamente exitoso, aqui, no Governo do Estado que foi o Primeiro Emprego.

O Programa Primeiro Emprego proporcionou mais de vinte mil empregos no Governo Olívio Dutra, e infelizmente, passados seis meses do novo Governo - Governo Rigotto -, embora houvesse o compromisso do então candidato Germano Rigotto em continuar com o Programa, até então, este Programa continua parado.

Ainda quero acreditar, já que o representante da Secretaria do Trabalho, ontem, na Audiência, nos garantia que esse Programa vai ter continuidade, que somente estava aguardando o anuncio do Governo Federal para que juntos seguissem a mesma orientação.

Então, a partir do dia 30, quando o Ministério do Trabalho, quando o Governo Lula vai anunciar o Programa Primeiro Emprego, do ponto de vista do Governo Federal, onde certamente vai reproduzir a experiência exitosa que tivemos no Governo Olívio Dutra, há a expectativa de que o Governo Estadual,  o Governo Rigotto faça o mesmo aqui no Estado.

Esse debate, que oportunizou que o Ministério da Reforma Agrária fosse lá anunciar um programa para o jovem que trabalha no campo, estimular que a juventude que atua na área do campo tenha essa oportunidade, também sendo uma iniciativa do nosso Governo, do Governo Lula, que tem uma preocupação que foi pautada, fundamentalmente na campanha e que procuramos efetivar, passados os primeiros meses de Governo, que é a preocupação com o emprego e fundamentalmente a preocupação com o primeiro emprego.

Essas iniciativas que tive a oportunidade de conhecer, a partir da promoção que fiz na Assembléia Legislativa, por intermédio da Comissão de Serviços Públicos, eu queria aproveitar esta tribuna para saudar, porque são iniciativas fundamentais para combater, em particular aqui na nossa Cidade, a questão do desemprego e por conseqüência também a questão da insegurança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras,  o assunto que vou falar aqui não é um assunto novo, já foi discutido inúmeras vezes nesta Casa, inclusive na nossa Comissão de Finanças e Orçamento, mas já fazia um bom tempo - talvez uns dois anos - que esta temática não voltava com tanta insistência. Estou me referindo à questão do ECAD. O ECAD está fazendo uma pressão enorme em cima das academias aqui em Porto Alegre, visitando academia por academia e insistindo na cobrança de taxas relativas aos direitos autorais. Por que digo que esse assunto é polêmico? Sabem os senhores que os compositores, na maioria das vezes, não recebem a devolução desse dinheiro. Sabemos também que na maioria das vezes o ECAD já vem com uma lista pronta. Nas academias, as músicas são utilizadas com fins didáticos, fins educativos, porque é através dessas músicas que os professores conseguem ministrar suas aulas. Pergunto aos senhores: o que está sendo feito? Estão sendo pressionadas, academia por academia, para pagar determinados valores, inclusive, não há critérios, cobra-se 500 reais de uma academia, daqui a pouco cobra-se 40 reais de outra, há uma cobrança de 5 mil reais. Não vou dar o nome do fiscal do ECAD, faço questão de chamá-lo aqui na nossa Comissão de Finanças e Orçamento da Casa para explicar. Acho que o inspetor de arrecadação do ECAD deve explicar algumas coisas que estão ocorrendo, porque a forma como estão sendo feitas é de pressão, incorreta, porque não existe parâmetro. E este é o grande questionamento: por que não existe parâmetro. Só diz que tem de pagar, porque tem de pagar. Volto a insistir, já vêm inclusive com listas prontas, de músicas que - a grande maioria inclusive - nem são vinculadas às academias. Esse assunto está preocupando. Eu recebi hoje um fax da Associação das Academias do Rio Grande do Sul, que hoje são mais de mil – um número altamente expressivo -, hoje vai haver uma assembléia geral na PUC, para tratar desse tema, e nós estaremos lá.

No Rio de Janeiro, algumas academias já ingressaram com algumas ações e ganharam.

 

O Sr. Dr. Goulart:  V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado pelo aparte. Eu queria dizer que a Ver.ª Margarete Moraes me propiciou que no disco das vinte melhores músicas de carnaval tivesse uma composição minha. Essa música foi composta em 1981 e até hoje, passados 22 anos, eu e os meus parceiros Jorge Alves Ferreira – o Jorge Carioca – e Wilson Nei não recebemos nenhum valor do ECAD.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Eu acho que isso vem reforçar mais uma vez o que estamos referindo. Nós vamos inclusive entrar em contato, como fizemos há dois anos, com a Ordem dos Músicos, porque isso aqui na realidade é uma extorsão. Estão extorquindo dinheiro desse estabelecimento de forma inapropriada e sem parâmetro. Eu gostaria de saber qual é o parâmetro para cobrar 30 de uma, 500 de uma outra e uma macroacademia cobrar 5 mil. Nós gostaríamos de entender esse critério. E é por isso que hoje eu vou me reservar de não dar o nome, mas vou convocar o inspetor de arrecadação regional do ECAD para esclarecimentos. Aí sim, dependendo, vamos ingressar com uma ação conjunta com as academias do Estado do Rio Grande do Sul junto ao Ministério Público, porque eu volto a dizer: isso é extorsão! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Beto Moesch está com a palavra por transposição de tempo com o Ver. Carlos Pestana em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente em exercício, Ver. Elói Guimarães, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, a Ver.ª Clênia Maranhão, presidindo sua respectiva Comissão, conseguiu dar, digamos assim, um status especial à questão de uma praça, nossa querida Praça da Alfândega, para que seja revitalizada, o que nós, obviamente, concordamos. Aliás, todas as praças de nossa Cidade deveriam ser revitalizadas, mas, claro, a Praça da Alfândega é das mais queridas e mais representativas da cidade de Porto Alegre, Ver. Bernardino Vendruscollo, V. Ex.ª sabe bem disso, está ali no coração, no Centro da Cidade, referencial cultural, Ver.ª Margarete Moraes, que tem a Praça da Alfândega, referencial cultural fantástico e que, claro, tem que ser revitalizado. Houve um problema ali - e o Jornalista Fernando Albrecht traz essa notícia, hoje, para nós, estava comentando antes com o Ver. Marcelo Danéris -, aqueles preciosísmos, muitas vezes burocráticos, que emperram algumas coisas. Nós temos, claro, que revitalizar a Praça da Alfândega com o que ela tem de bom, aí o órgão federal de cultura quer retirar as figueiras, tão queridas da sociedade, porque nos anos 30 as figueiras não existiam. Mas aí é muito preciosismo! Nós queremos a Praça da Alfândega com todas as suas características, como a sociedade quer: a Praça da Alfândega com suas construções, seus monumentos e sua arborização; tudo faz parte da cultura da Praça da Alfândega. E vejam as reações: recebi vários telefonemas e e-mails, no meu gabinete, de pessoas revoltadas porque ficaram sabendo que querem tirar as figueiras da Praça da Alfândega. E aí eu vou-me referir aos demais problemas da cidade de Porto Alegre: quanto à 3.ª Perimetral, agora as pessoas estão vendo o impacto tremendo que isso causa para, Ver. Elói Guimarães, todos os vinte bairros por onde passa, porque antes se falava em 3.ª Perimetral, mas imaginávamos um alargamento de avenidas - claro, pois são várias avenidas, a Perimetral é um conjunto de avenidas que estão sendo alargadas -, mas não se davam conta do impacto ambiental e cultural que aqueles bairros sofreriam com a 3.ª Perimetral - a frieza daquela obra, a desumanidade daquela obra, a separação de bairros que antes possibilitavam a circulação entre si, ficando cada vez mais separados, como aconteceu com a BR lá em Canoas. A compensação ambiental para a 3.ª Perimetral: são cinco pracinhas; uma obra de 12 quilômetros de extensão, três mil árvores de grande porte retiradas, para oferecer cinco pracinhas.

Todos sabem a Comissão Especial que nós criamos e presidimos em 2001, na qual mostramos que essas compensações não eram proporcionais ao impacto daquela obra, e mais, que muitas praças oferecidas estavam sendo urbanizadas, retirando ainda mais árvores. Por que eu digo isso? Nós temos que entender que  estamos numa Cidade que, além de ter uma legislação que protege a nossa arborização, a sociedade  exige a preservação dessa arborização.

Nós vamos retomar essa questão agora, numa visita que faremos ao Secretário do Meio Ambiente, Sr. Dieter Wartchow, e já estamos em sintonia, aqui, com a Liderança do Governo para ampliarmos as compensações ambientais da 3.ª Perimetral, como foram aprovadas, por unanimidade, por 11 Vereadores que formaram essa Comissão Especial das Compensações Ambientais, e as dezesseis mudas plantadas para compensar essas árvores estão quase todas elas morrendo; elas não podem morrer, elas têm de ser, então, repostas, tem de haver um acompanhamento para que elas não venham a morrer.

São soluções fáceis, mas que a sociedade clama, porque não só a legislação prevê, mas a sociedade quer, porque V. Ex.ª sabe, Ver.ª Margarete Moraes, que cultura também é a arborização desta Cidade, plantada pela própria sociedade, que beneficia não só o clima, o ar, a fauna, mas que faz parte da cultura do porto-alegrense, que iniciou todo um processo de luta ecológica em todo o Brasil. E nós, Câmara de Vereadores, temos a obrigação de dar suporte a esta sociedade que luta pela sua arborização. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, a matéria do jornal Diário Gaúcho do dia 23 de junho diz: (Lê.) “Iluminação pública em Alvorada: moradores pagam, mas ficam sem luz.” Isso já era previsível. É por isso que esta Casa, sabiamente, não votou a contribuição, a taxa camuflada de contribuição de iluminação pública, porque entendíamos que isso não ia resolver. E o Interior já começa a visualizar esse problema sério. Porque, na realidade, muitos Municípios instituíram essa taxa para pagar as suas contas. E esse é o caso de Porto Alegre, que deve ao Governo do Estado. Eles têm, são maiores de idade, Ver. Wilton Araújo, capacidade de argumentação, mas não de punição à população de Porto Alegre. O Governo do Estado e o Município, que criaram essa dificuldade para a população porto-alegrense, têm de resolvê-la.

Moradores de um trecho da Rua Bento Martins, no Bairro Piratini, em Alvorada, estão pagando a taxa de iluminação - diz a matéria - mas não têm luz nos postes. (Lê.) “A cobrança, aprovada no final do ano passado pela Câmara de Vereadores, entrou em vigor este mês. A Prefeitura cobra a taxa de 2%. Ao receber a cobrança da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE -, referente ao consumo de energia do mês de maio, o comerciante Marcos Ribeiro, 40 anos, levou um susto. À noite, quando voltam do trabalho, os moradores encontram a rua às escuras, sem iluminação, com medo de assaltos”.

Portanto, isso era aquilo que nós já prevíamos aqui nesta Casa. E, por isso, a oposição, sabiamente, não aceitou aquela taxa, camuflada de contribuição, que iria penalizar mais ainda o porto-alegrense.

Aqui se apregoava que os partidos assinavam. Ora, os partidos são muito heterogêneos em todo o Brasil, muito heterogêneos, ainda mais neste momento da vida atual brasileira. Para terem uma noção, ontem e hoje, oito Deputados saíram de um partido político: o PSDB. E com qual objetivo esses Deputados saíram do Partido? Antes eram Governo, agora, querem ser Governo de novo! Então, esse é o grande problema, no meu entender, da vida política brasileira. Procuram-se coligações, às vezes, sem identidade ideológica, procuram-se coligações para que se tenha mais horário político na televisão, criam-se coligações para, futuramente, fazer um governo que, muitas vezes, não dá certo. Enquanto nós não tivermos cinco ou seis partidos bem definidos ideologicamente, a população vota na pessoa, e com razão, como é que ela vai votar no partido político se, esse não tem uma constituição definida, um estatuto definido.

Portanto, nós, quando votamos - eu citei a política porque ela é muito dinâmica, eu gostaria que ela não fosse tanto assim, que ela fosse mais definida por meio de seus partidos políticos -, por mais que os presidentes dos partidos tenham assinado em nível estadual ou federal, as Câmaras Municipais têm o poder de concretizar os seus atos em nível municipal e, naquele aspecto, mostramos que nós estávamos certos, porque estão pipocando, por todo o Estado, denúncias de que, Sr. Presidente, a Taxa de Iluminação Pública está sendo cobrada, mas não estão sendo feitas as melhorias para a segurança das cidades e para a iluminação das praças. Portanto, aquela Taxa está ludibriando os cidadãos gaúchos, e os porto-alegrenses não podem ser ludibriados por essa Taxa, camuflada de contribuição, que vem penalizar mais a sociedade porto-alegrense. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de continuar o tema, na área da saúde, voltado para o dia de hoje no debate sobre o Dia Mundial de Combate às Drogas. Como nós vemos o consumidor de drogas como um paciente - a relação profissional com um médico, que é uma relação de continente, de receptividade, pois o médico é o receptáculo das queixas dos pacientes -, a humanização do atendimento talvez seja o ponto alto das formas de tratamento do problema, porque, o que nós precisamos em todos os problemas da sociedade, a melhora das relações humanas. Nós já estamos, assim, exaustos do debate sobre a causa da violência, a causa da insegurança. Nós sabemos que a complexidade é muito grande, e pela sua complexidade, maior o desafio. Mas nós não podemos mais ser coniventes com uma sociedade que até agora viu, placidamente, aceitou com extrema docilidade o fabrico, a industrialização, a plantação, o tráfico e toda uma demanda gerada pela sociedade. E essa demanda, agora, não tem mais disfarce. E esse disfarce que atingia toda a sociedade agora caiu por terra. As elites, a classe média, as classes mais pobres estão todas envolvidas no processo. Pois é exatamente para isso que nós hoje temos que propor soluções. E a solução é evidente que está na melhor das relações, mas ela começa nas relações familiares, e dentro das relações familiares a obrigação, a imposição, a necessidade, o imprescindível do casal parental ser a nutriz, por parte de mãe, e o normativo por parte de pai. A recepção da nutrição e da normação por parte do filho é uma conseqüência natural desse papel, e, naturalmente, a família equilibra-se através do tripé pai-mãe-filho ou de suas representações, sejam elas sociais ou não. Se sair fora disso, nós vamos ter patologias sociais; nós vamos ter esse desfile de desgraças que acompanham o nosso século; nós vamos ter a depressão da sociedade, que busca nas drogas essa saída. E, quando a droga não resolve, se faz guerra. A guerra é uma forma de depressão da sociedade. É uma forma, inclusive, de retrocesso psicossocial gravíssimo, ao que Edgar Morin chama de barbárie. Essa barbárie regressiva que volta ao primitivo, que volta ao tribal, que volta às piores relações que possam existir entre os seres humanos, que é a relação de extermínio, que é a relação genocida. Não pode existir nenhum motivo no mundo para que isso possa se desenvolver e possa acontecer. E a droga está por trás de tudo, está por trás desse comércio maldito que é superado apenas pelo negócio de petróleo e pelo negócio de armamento. E o armamento, então, nos constrange. Constrange-nos, porque nós somos o País que temos indústria armamentista e que nos locupletamos com as tragédias mundiais que ocorreram no século passado e invadem este século. É isso, Sr. Presidente. E, talvez, neste dia, tenhamos o início de uma escalada de soluções. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de anunciar o próximo orador, quero transmitir aqui o convite feito pelo Sr. Marcílio. Goulart, que é o Presidente da Associação dos Piquetes. (Lê.) “Convido a todos os Srs. Vereadores e Vereadoras dessa Casa a participar do Jantar de Lançamento da 6.ª Festa Campeira de Porto Alegre. Sentiremo-nos honrados com as suas presenças”. O local é o Centro Administrativo Galpão do IGTF Jaime Caetano Braun. Horário: 21h. Dia: 27-6-03.

A 6.ª Festa Campeira de Porto Alegre será realizada nos dias: 3, 4, 5 e 6 de julho de 2003.

O Ver. Renato Guimarães está com a palavra por cedência de tempo da Ver.ª Clênia Maranhão em Comunicação.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, faço um registro: já trouxe à tribuna um problema que o nosso mandato está compassando junto às comunidades do Eixo da Antônio de Carvalho, que é a questão da Escola Estadual Gema Belia, uma escola estadual que funciona numa área alugada do centro de um grupo de trabalho das Irmãs, no Centro Social São Carlos, e que tem uma reivindicação antiga da comunidade de ter um local fixo para essa Escola. Ontem, durante a manhã, nós acompanhamos, junto com representações de diversas comunidades, uma visita da Comissão Estadual de Educação. O Dep. Édson Portilho, a Dep.ª Maria Helena Sartori e mais representações da Assembléia estiveram no local para ver a situação em que se encontrava. O que nos chamou a atenção, e, na realidade, nos entristeceu, foi que a área comprada pelo Governo do Estado, na época do então Governador Olívio Dutra, uma área com mais de 3 mil hectares, com três prédios imensos em cima, foi abandonada, Ver.ª Margarete Moraes. A área foi abandonada a partir de janeiro deste ano. Os três prédios que sediariam a futura transposição da Escola Gema Belia, prédios enormes, um deles, na realidade, era o centro de formação, onde se desenvolviam as atividades da antiga CRT, com três andares, está totalmente depredado, foi saqueado totalmente. Diz a comunidade de lá que, a partir de janeiro deste ano, a empresa que cuidava do local foi retirada, e a área ficou “atirada”, ficou aberta a qualquer sorte. E o que aconteceu é que saqueadores, ladrões, levaram tudo o que podiam daquele espaço.

Portanto, foi tratado lá com a comunidade, ontem, junto com os Deputados, de se construir uma audiência na Assembléia Legislativa, uma audiência na Comissão de Educação, convidando o nosso colega e Vereador, hoje Secretário Estadual, José Fortunati, para comparecer lá e buscarmos uma saída para esse problema.

Buenas, é muito recurso público que foi gasto para comprar uma imensa de uma área, com prédios, para que agora isso tudo seja abandonado, e a reivindicação da comunidade, que é arrumar um local fixo para essa Escola, não seja atendida. Então, a gente está socializando isso aqui para os 33 Vereadores, a todos os colegas, no sentido de que a gente também possa se mobilizar, no sentido de garantir essa demanda. No nosso entendimento, é um descaso com aquela comunidade o que está sendo feito. É uma irresponsabilidade se comprar uma área daquelas, com aqueles prédios, e depois deixá-la “atirada” lá. E ainda mais, o que é mais grave ainda é levantar rumores na comunidade, agora, de que é necessário vender a área, que é o que os representantes da SEC estão dizendo para a comunidade, que é necessário vender 60% da área para poder construir a nova escola.

Buenas, isso é um contra-senso, porque a área foi comprada com prédios em cima, e a comunidade exige - e esse vai ser o nosso papel junto a comunidade – que se possa recuperar aqueles prédios, que se possa colocar em funcionamento a escola e que se trabalhe um método. Esse Governo diz que tem um método democrático de a população participar, que ele apresente um método para aquela população do eixo da Antônio de Carvalho, para que eles possam, junto com o novo Governo, decidir como tocar a demanda da Escola Gema Belia, porque, no Governo passado, tínhamos um método - o Orçamento Participativo resolveu na plenária, comprou a área com três prédios em cima, Ver. Dr. Goulart. O novo Governo diz que tem um novo método de participação, a tal de consulta popular, que nós não sabemos bem a quem consulta, mas nós ficamos esperando que, quem sabe, vão lá e consultem os moradores dessas oito comunidades, para que se possa atender ao chamado da Escola Gema Belia, porque é um descaso o que aconteceu lá, é dinheiro público jogado pela janela, e isso nós não vamos aceitar.

Nós também gostaríamos de deixar o registro aqui de uma vitória da comunidade organizada, que os moradores lá da Vila SESC e da Rua Ernesto Pelana, lá na comunidade da Vila Jardim, depois de 10 anos de luta junto ao Hospital Conceição, nas administrações dos governos passados, para a construção de um prédio para o Posto de Saúde, tiveram essa conquista agora. Na semana passada, nós tivemos um ato no local, lá naquela comunidade, onde o Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, nosso ex-Vereador e colega, que presidiu esta Casa, companheiro João Motta, junto com Eno Castro, que é o que coordena a área de saúde comunitária lá do Conceição, apresentaram para a comunidade a proposta de fazer a obra do Posto SESC/Ernesto Pelana. Então é uma luta de 10 anos. Aquele serviço funciona, hoje, num prédio precário, alugado, num prédio sem as mínimas condições de atendimento, e a Direção do Grupo Hospitalar Conceição através de um processo de Orçamento Participativo, de debate com as comunidades e com os funcionários, um processo que encaminhou toda a pauta orçamentária do Grupo Hospitalar Conceição e decidiu pela construção desse Posto, lá na comunidade do SESC/Ernesto Pelana. Nós queremos saudar isso e deixar como exemplo de participação.

O que o Governo Lula vem fazendo, para finalizar, Sr. Presidente, enquanto modelo de participação e decisão com a sociedade nós fazemos aqui em Porto Alegre, e também quero deixar o registro do descaso de como as administrações anteriores do Grupo Hospitalar Conceição trataram dessa questão, deixando aquele posto do jeito em que está, e agora, com certeza, será solucionado com esse encaminhamento que nós demos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença do ex-Vereador e ex-Presidente desta Casa, Airto Ferronato, que é também Diretor do DEP, Departamento de Esgotos Pluviais. Sinta-se, V. Ex.ª, como se no DEP estivesse.

A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Darci Campani em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, pela manhã, nós debatíamos, no Canal 16, TVCâmara, a Lei de Diretrizes Orçamentárias junto com o Ver. João Carlos Nedel e o Ver. Reginaldo Pujol. Fiz o comentário de que, às vezes, eu tenho a impressão – não me referindo a eles, evidentemente – de que a cidade virtual, tão dita aqui nesta Câmara, às vezes passa pelo Canal 16 na fala de alguns Vereadores que jamais reconhecem qualquer trabalho da Prefeitura de Porto Alegre e que, além de não reconhecerem, ainda conseguem deturpar o bom trabalho, como é o caso das creches comunitárias.

Referi-me, também, ao fato de que, exatamente no dia de hoje, o DMAE, Departamento Municipal de Águas e Esgotos, recebe um prêmio internacional na cidade de Cannes, no 5.º Simpósio Internacional de Águas, com a participação de 500 delegados, representando 60 países. Também em março deste ano, na cidade de Kyoto, no Japão, o DMAE foi reconhecido. Ainda neste ano, na Suíça, foi reconhecido por todo o seu trabalho, que diz respeito, especialmente, à qualidade dos serviços prestados nos 41 anos de existência – e aqui eu queria fazer uma referência a que, em 1968 e de 1975 a 1976, contou com a presidência do Ver. João Antonio Dib. Enfim, nesses 41 anos de existência, construiu uma trajetória de excelência na prestação do serviço público, com grande qualidade e grande eficácia.

Outro aspecto que julgo absolutamente relevante diz respeito ao controle social da gestão, que, além do controle de todos os órgão legais, como é o caso do Tribunal de Contas do Estado, conta com um Conselho Deliberativo formado pela sociedade civil, como instituições do porte da FIERGS, da UAMPA, do SIMPA e da Associação Riograndense de Imprensa, que examinam todos os contratos e garantem, assim, a absoluta transparência nesta gestão. O Orçamento Participativo tem sido sensível às demandas do DMAE e tem aportado recursos, aportado investimentos, enfim, nós não podemos deixar de fazer uma referência aos 2.500 servidores do DMAE, que trabalham com muita dedicação e qualidade, mas que têm como princípio base na gestão - e acredito que esse seja um dos referenciais ou diferenciais - a água como um bem social e jamais como uma mercadoria, porque, embora alguns não queiram olhar para o lado, no Brasil, Ver. Renato Guimarães, existem 57 milhões de pessoas que não têm acesso à água potável, e em Porto Alegre, nós temos 99,5% da população recebendo água tratada, com apenas 0,5% que recebem por intermédio do carro-pipa, sendo que aí tratam-se dos loteamentos irregulares, das áreas de risco, áreas de preservação ambiental ou encostas de morro. Apesar de todo esse padrão de qualidade, não é uma gestão conformada. E, aproveitando a presença do Diretor Airto Ferronato, existe como meta maior, nesse aspecto, o Programa Integrado Sócioambiental, que vai ampliar o tratamento de esgotos. Dos 27% de esgotos tratados, pretende chegar até 70%, trata-se de um projeto ambicioso, no valor de 115 milhões de dólares, sendo que parte disso já está em negociação por intermédio da Secretaria de Captação de Recursos.

Cumprimento pelo trabalho sério e responsável que é reconhecido, sim, fora do Brasil, fora de Porto Alegre, mas que também é reconhecido nas pesquisas na cidade de Porto Alegre, que a Prefeitura faz e que sempre coloca o DMAE em primeiro lugar. Cumprimento os diretores anteriores e o Sr. Carlos Todeschini, Diretor atual, e toda a equipe que vem honrando essa história, mas que não se conforma, quer sempre a auto-superação e, acima de tudo, procura levar adiante o trabalho tão essencial na vida ambiental e cultural de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente Elói Guimarães, Sr.as Vereadoras, queridas Vereadoras, Srs. Vereadores, nós temos um happening no início do verão, ou melhor, na metade do verão, que é o carnaval. Será que a pista de eventos sairá? Será que sairá, Ver. Renato Guimarães? Deverá sair. Mas o que me faz chamar a atenção, desde agora? Vários fenômenos. Vamos listá-los. E eu gostaria de chamar a atenção dos meus nobres pares para que essa preocupação se estendesse a cada birô, a cada cadeira aqui deste plenário.

Vamos lá: o prédio da Prefeitura - não conseguem terminar. “Tem problema com a firma. Tem problema com a firma que está trabalhando lá”.

Bom, quanto ao DEP, que não estava conseguindo pagar uma firma de drenagem, o querido e simpático amigo Ferronato diz que, na semana que vem, eles pagarão. Então, esse aí já está encaminhado.

A Vila Zero Hora, que venceu no OP há quatro anos, a construção de umas casinhas para aquele povo ali, não saiu. Também: “Poblema com a firma. Poblema com a firma”.

Então, vamos para a Saúde correndo. Vamos correndo para a Saúde. O tomógrafo do HPS teve uma licitação que não previa que se tivesse de buscar em Bucareste uma peça, enquanto a... Ah! Não é Bucareste, mas é lá para aquele lado, é para Armênia, sei lá para onde é. Pelo menos, é para um lugar, que não os Estados Unidos, não é Inglaterra, não é França. É um lugar que não consegue mandar o elemento. Enquanto isso, não estava, ou não se está fazendo tomografia no HPS. Terminou o problema do HPS? Que nada! Há inúmeros problemas no HPS.

Vamos falar do outro, já que estamos falando de firmas e licitações. O anexo! O anexo não sai nunca! (O Vereador se agacha.) Eu não me agachei por acaso; eu me escondi aqui mesmo. O anexo não sai nunca. Isso vai incomodar quem? Aquele maravilhoso Diretor que há lá. O Coral é trabalhador, é querido, é um excelente cirurgião. Vai incomodar o rapaz, porque a firma está quase morrendo, a firma que iria fazer. “Poblema com a firma.” de novo. No Presidente Vargas, a firma não prestou os serviços, e suspenderam 11 cirurgias, por problema com a firma. Como as firmas que trabalham para este Governo se atrapalham! Nós não podemos deixar o querido ex-Vereador e atual Prefeito Verle sozinho. Nós temos que socorrê-lo. As firmas estão incomodando, elas são mal escolhidas. Por quê? Elas são muito baratas?

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria comunicar ao amigo e ao Presidente Elói Guimarães que até hoje nós não recebemos os documentos do Hospital Presidente Vargas, relativos à planilha cirúrgica e à descrição dos atos cirúrgicos daquela semana que nós fomos visitar. Então, eu pediria mais uma vez, com toda a paciência, ao Ver. Marcelo Danéris se ele pudesse providenciar esses documentos.

 

O SR. DR. GOULART: Bem lembrado; obrigado. E aí eu vou citar o PSF, já que o PSF é uma coisa importante, é uma filosofia do Governo do Jardim Leopoldina, que também ganhou no OP e não saiu. A Cooperativa da SAMU é a mesma da Central de Marcações, e vocês não sabiam. Vocês não sabiam, mas é a mesma da Central de Marcações, que não tem endereço, que não se sabe quem é o Diretor. É a mesma. É “poblema com a firma” de novo. “Poblema com a firma”! Temos uma coisa que é contra a saúde dos povos. Não é assim que se fala no Fórum Social? Não é assim que se fala: política da saúde dos povos? Cortaram 6,5% do valor das radioterapias; contra o câncer não! Se a radioterapia não cura, pelo menos na metástase óssea, na raiz óssea do rim, da mama, de outros lugares para isso melhora muito. A radioterapia incide, e a pessoa fica 120 dias, 180 dias, dois anos, sem dor. Há vagas no Santa Rita, e as pessoas estão no gabinete do Dr. Goulart, no gabinete do Sebenelo, no gabinete do Braz, no gabinete do Wilton Araújo, pedindo uma vaga na radioterapia. Há vaga, mas cortaram 6,5% das verbas, e o rapaz na radioterapia só aceita quem for lá com um cupom, dizendo quem é que vai pagar. Problema contra a saúde dos povos.

Vocês acreditam que vai sair a pista de eventos? Ah! V. Ex.ª acredita, Ver. Wilton? Então, também acredita em Papai-Noel e coelhinho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de Ordem): Gostaria que V. Ex.ª, na condição de Presidente, informasse a este Plenário sobre uma decisão tomada por esta Casa que, na minha avaliação, fere o direito de expressão dos Vereadores, que é uma decisão que passa por cima do Regimento da Casa, que impede os Vereadores de usarem o período de Comunicações para falar de tema que individualmente o mandato lhe confere.

Há também um Requerimento feito por um Vereador da Casa à Comissão de Justiça sobre este assunto. Na nossa avaliação, o fato de a Mesa impedir a nossa intervenção, suspende um direito adquirido ao longo do tempo nesta Casa, que é o direito de os Vereadores usarem o seu tempo para se manifestarem sobre um assunto decidido por eles.

Acho isso extremamente grave, porque houve uma época na ditadura em que os Parlamentares ocupavam a tribuna e eram cassados pelo conteúdo de seus discursos.

Nesta Casa, na gestão desta Mesa, tem uma coisa nova: os Vereadores são cassados antes de usar a tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Respondo a V. Ex.ª dizendo que a questão da utilização do Grande Expediente e das Comunicações, há até um determinado tempo, fazia-se uma interpretação de que aqueles que não utilizassem o tempo fariam logo em continuidade ao ato em que se realizava.

Essa orientação, Ver.ª Clênia Maranhão, por decisão do Presidente da Mesa, foi alterada com a interpretação de que se pede para fazer o ato no Grande Expediente ou nas Comunicações.

Assim se estaria entendendo que se esgota no ato toda a sua potencialidade, ou seja, no ato se absorve todo o conjunto de Vereadores inscritos.

O Presidente adotou essa medida, e ela vem-se executando até a presente data, quando este Presidente, na eventualidade da Presidência dos trabalhos, consultado por V. Ex.ª, firmou o precedente utilizado pela Presidência.

Por outro lado, há um requerimento na Comissão de Constituição e Justiça no sentido de interpretar essa matéria. Eu até diria a V. Ex.ª que eventos como esse que V. Ex.ª está colocando já se deram com reclamações de Vereadores, que não vou entrar no mérito, mas não me restava outra alternativa, Ver.ª Clênia Maranhão, e peço vênia a V. Ex.ª, mas, se eu termino alterando esse precedente, eu criaria uma ruptura no procedimento, até consuetudinário que fez o Presidente, que interpretou o Presidente, mas que está na Comissão de Constituição e Justiça para ser pacificado.

Essa é a informação que posso dar a V. Ex.ª.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, jamais dialogando com V. Ex.ª, porque essa condição não é aceita pelo Regimento desta Casa, e nós, ciosos do cumprimento dele, mas buscando uma informação, se bem entendi, gostaria que V. Ex.ª colocasse de forma clara: foi interpretação feita pelo Presidente da Casa, o Ver. João Antonio Dib?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Ela tem base? Foi exarado algum documento que desse abrigo? Essa interpretação está nos autos de algum processo? Enfim, tem alguma base? Se essa interpretação está escrita, com base em que artigo do Regimento? Da Lei Orgânica? Em que estatuto legal ela tem base?

Faço esse questionamento, primeiro, para ter a informação correta e, segundo, para estranhar que se tenha uma interpretação, embora sendo do Presidente, e nosso sistema é Presidencialista, cassado, tirado, ou afastado o direito de utilização do Grande Expediente. É nesse sentido que questiono V. Ex.ª.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Respondo a V. Ex.ª, pelo que conheço e sei, não há um instrumento escrito a respeito dessa decisão. O Presidente, Ver. Wilton Araújo, agasalhou-se no art. 19. (Lê art. 19 do Regimento.) “São atribuições do Presidente, além das questão expressas neste Regimento, ou decorram da natureza das suas funções e prerrogativas: b) manter a ordem dos trabalhos, interpretar e fazer cumprir o Regimento”.

Por outro lado, o art. 154 diz: (Lê.) “O Grande Expediente poderá ser destinado duas vezes a cada mês para comemorações ou homenagens, a requerimento de Vereador, aprovado pelo Plenário”.

Então, veja V. Ex.ª, até o ano passado, o Presidente interpretou que, não esgotada a lista de Vereadores, dar-se-ia a palavra aos que não a utilizassem logo em seguida. A partir deste ano, entende o Presidente de alterar a interpretação, e, nesse sentido, passou a adotar o mesmo recurso utilizado por este Presidente eventual, ou seja, o período tem de ser esgotado; não utilizado, perde o Vereador a possibilidade de o fazer. Mas, de qualquer forma, digo a V. Ex.ª que o Presidente, por requerimento de um Vereador, encaminhou a matéria para análise na Comissão de Constituição e Justiça para estabelecer a interpretação e dar a orientação ao Presidente da Casa.

Já foi negado, Ver. Wilton Araújo e Ver.ª Clênia Maranhão, e outros Vereadores, em outras Sessões, já manifestaram a contrariedade, como V. Ex.ª está fazendo neste momento.

É o que tenho a colocar a V. Ex.ª neste momento.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, apesar da interinidade da permanência de V. Ex.ª no cargo, eu gostaria de agregar duas informações, talvez para ciência, reflexão e talvez, reconsideração de V. Ex.ª. As informações são de que o Vereador que pede à Comissão de Justiça é o Ver. Carlos Alberto Garcia. A outra informação é de que, em Sessão, há poucos dias, o Ver. Nereu D’Avila, que se insurgiu contra essa deliberação, essa orientação, teve acatado o seu direito – expressão redundante, porque, o direito, por si só é, enfim... -, usando, inclusive, o Grande Expediente. Eu apelaria ao bom senso de V. Ex.ª, no sentido de que, mesmo na interinidade, revisse a posição da Mesa nesta Sessão tal qual foi na Sessão que estou relatando, com o Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Presidente, apenas para colaborar, quero dar uma informação a V. Ex.ª. Houve o indeferimento de uma solicitação semelhante da Ver.ª Clênia Maranhão, por parte do Ver. Carlos Alberto Garcia. O Presidente manteve a posição e recorreu ao Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça. Como ontem o Presidente da Comissão designou-me relator dessa matéria; obviamente, não vou emitir juízo de valor.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito. Ver. Wilton Araújo, reconheço o pleito de V. Ex.ª, da Ver.ª Clênia Maranhão, mas não tenho condições de abrir precedente. O procedimento tem sido esse, e outros Vereadores, se prejudicados – e o são -, já o foram; então, eu peço vênia a V. Ex.ª para manter a minha decisão com o respeito às razões que possam ter V. Ex.as.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 3439/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 222/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Rua Luiz Domingos Ramos um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta (desarquivado pelo Ver. Sebastião Melo).

 

PROC. 2448/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 112/03, de autoria do Ver. Luiz Braz, que veda a comercialização de jornais e revistas em farmácias e drogarias, no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2528/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 116/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que altera a Lei n.º 3.607, de 27 de dezembro de 1971, e alterações posteriores, que cria e disciplina os Conselhos Municipais, na forma das disposições contidas na Lei Orgânica, e estabelece a composição do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural.

 

PROC. 2931/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 148/03, de autoria do Ver. Darci Campani, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Iván Antonio Izquierdo.

 

PROC. 2944/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 149/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Francisca Prezzi Bolognesi um logradouro público parcialmente cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. 2950/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 150/03, de autoria dos Vereadores João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, que denomina Rua Dinarte de Albuquerque um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 3007/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 152/03, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dispõe sobre a oficialização da Feira da Cidade Antiga no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 3012/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 023/03, que declara de utilidade pública o Centro Infantil Renascer da Esperança, com sede na Av. Nilo Wulff, 919, nesta Capital.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 1031/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/94, de autoria da Ver.ª Maria do Rosário, que dispõe sobre a criação de Comitês de Defesa da Criança e do Adolescente contra a Agressão e Maus Tratos (CODAMA), nas escolas da rede municipal de ensino de Porto Alegre (desarquivado pelo Ver. Zé Valdir).

 

PROC. 1937/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 084/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que assegura a estudantes o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades culturais e dá outras providências.

 

PROC. 2722/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 133/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que institui o Dia da Dignidade do Trabalho em Saúde.

 

PROC. 2899/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 021/03, que institui Área Especial de Interesse Social AEIS II para regularização do loteamento clandestino situado na Estrada Octávio Frasca n.os 1.568 e 1.578 - Morada das Flores.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

Não há mais Vereadores inscritos.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Sr.as Vereadoras, vou usar o tempo de Comunicação de Líder para colocar o tema que eu pretendia colocar aqui, no meu direito a usar o período de Comunicações, mas que me foi tolhido. Uso o tempo de Comunicação de Líder para colocar uma iniciativa que nós tomamos, nesta Casa, pela Comissão de Educação e Cultura, em parceria com o Memorial do Rio Grande do Sul, dentro da metodologia da Comissão de desenvolver as nossas atividades vinculadas com as instituições públicas, com o terceiro setor, com a sociedade civil organizada, como uma forma de aproximação do Parlamento com a Cidade e as suas instituições. Dentro dessa ótica, realizamos uma reunião conjunta com o Memorial para tratarmos das dificuldades enfrentadas no Centro da Cidade, especificamente na Praça da Alfândega. Nessa reunião, foram ouvidos os trabalhadores da Praça, os moradores do entorno, as instituições culturais que ali estão localizadas, enfim, os porto-alegrenses que têm uma relação mais direta com a Praça da Alfândega, exatamente onde nasceu a Cidade. Os principais temas do nosso diagnóstico, levantados pela sociedade, eram referentes à questão da segurança pública, à questão do tráfico de drogas, à questão da falta de iluminação, que permite, inclusive, o crescimento da violência naquela região. Dessa audiência, ficou constituída uma comissão interinstitucional, em parceria com a sociedade, para que se pudesse, de uma forma integrada, conjunta, somando os esforços, inclusive aproveitando a experiência do Santander Cultural, que está ali localizado, fazer um trabalho de resgate e de garantia do direito de ir e vir das pessoas na Praça da Alfândega. Não houve nenhuma intervenção, por nenhuma das pessoas presentes, com relação direta com a Praça, ou da Câmara, ou do Memorial, em relação às árvores ali existentes. Essa questão foi levantada, ao final da reunião, por um informe dado pela coordenadora do Projeto Monumenta. Sobre isso, não se estabeleceu nenhum debate, mas nós sabemos que a Praça da Alfândega tem um tombamento estadual, e sabemos que as figueiras, no Estado do Rio Grande do Sul, são garantidas, inclusive, por uma legislação.

Reafirmamos, portanto, que, dentre as preocupações levantadas naquela reunião, há a preocupação com a inclusão da população que trabalha lá, inclusive do comércio informal, a preocupação com a questão ambiental, um tema fundamental para quem tem a preocupação de resgate de uma praça e de melhoria das condições, não especificamente da Praça da Alfândega, mas de qualquer praça, que é, por si mesmo, um espaço de arborização. Essa questão, evidentemente, vai ser uma questão defendida pelo conjunto das instituições que assumiram um compromisso voluntário em relação à preservação, ao resgate e à restauração da Praça da Alfândega. Há a preocupação, inclusive, de resgatar uma vida cultural que foi extremamente forte na Praça da Alfândega, pelos seus cinemas, pelas inúmeras atividades que a população vivenciava naquela região. A realidade da Praça, hoje, de abandono, de violência, de falta de iluminação, tem, inclusive, se colocado em contraposição a várias iniciativas do Poder Público de revitalizar os prédios históricos daquela região, como o do MARGS, o do Memorial, ou à iniciativa privada, como é o caso do Santander Cultural.

Eu penso que essa iniciativa terá prosseguimento no próximo semestre, como uma forma de contribuição da Câmara à restauração do Centro da Cidade e também no cumprimento específico do mandato parlamentar, que é a responsabilidade de, em nome da população, fiscalizar as ações do Executivo. A nossa decisão foi, além da obrigatoriedade fiscalizatória, também de proposição e de construção de políticas integradas para a devolução da Praça da Alfândega ao povo de Porto Alegre.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a presença de um grupo de servidores e Vereadores de Câmaras Municipais do interior do Estado que participa do Curso de Cerimonial, Protocolo e Organização de Eventos promovido pela ASCAM. Queremos pedir uma salva de palmas aos funcionários e Vereadores aqui presentes. (Palmas.)

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, eu recebi a colaboração de um eleitor, o Sr. Rui Prieto, representante de uma distribuidora de Água Mineral na Cidade, que faz uso do GNV, Gás Natural Veicular, na sua frota de veículos de entrega de mercadorias, para que levemos ao conhecimento da sociedade mais um ato do Governo que prejudica o cidadão porto-alegrense.

O Governo incentivou que taxistas e proprietários de carros de entregas de mercadorias na Cidade aderissem ao GNV, o Gás Natural Veicular, por ele ser mais barato e por não poluir. Os taxistas, em grande número, aderiram ao sistema novo de combustíveis pagando, aproximadamente, 3 mil e 500 reais para realizar a conversão de seus veículos da gasolina para o GNV.

Em Porto Alegre, há apenas cinco postos que vendem o GNV, contidos em cilindros, e a garantia do Governo era de que o gás seria sempre mais barato que a gasolina na proporção de dois por um, ou seja, a cada 2 reais gastos com gasolina, se gastaria 1 real de GNV.

Os senhores taxistas, que vivem com enormes dificuldades, encontram dificuldades de manter esse serviço público, eles, em grande número, aderiram ao Gás Natural Veicular, com o gasto de 3 mil e 500 reais, pagos em prestações.

Pois bem, no mês de janeiro, precisamente no dia 2 de janeiro, o gás era vendido a 1 real e 47 centavos, enquanto que a gasolina era vendida por 2 reais e 19 centavos. Agora, o GNV já é taxado em 1 real e 29 centavos contra 1 real e 88 centavos da gasolina comum. O 2 por 1 “já era” e, com a queda do dólar, está caindo o preço da gasolina. Mas o preço do Gás Natural Veicular continua estacionado em 1 real e 29 centavos.

O GNV sofreu um aumento, de janeiro até esta data, de 24%, enquanto que, no mesmo período, a gasolina, que o Governo estava afirmando que estaria também em alta, sofreu uma redução de 25%!

Segundo dados que me foram fornecidos pela ASCONGÁS, em Porto Alegre existem cerca de 40% de táxis usando o GNV. O Governo incentivou os taxistas e demais proprietários de carros que circulam mais na Cidade, por quilômetro rodado, garantindo que o GNV seria mantido sempre na base de 2 por 1 no preço comparativo com a gasolina.

Os taxistas e demais prestadores de serviços em Porto Alegre aderiram ao novo combustível e, agora, não sabem o que fazer, porque estão preocupados com a igualdade nos preços. E se tudo continuar na queda do dólar, logo estarão pagando muito mais pelo gás que os carros abastecidos com gasolina.

E a despesa feita para a conversão dos carros movidos à gasolina para o GNV, quem é que vai pagar? Com a resposta as autoridades do setor.

Eu sei, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Luiz Braz, Ver. Cláudio Sebenelo, Ver.ª Clênia Maranhão, Ver. Ervino Besson, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Wilton Araújo, Ver. Cassiá Carpes, que nós estamos falando aqui e as pessoas não estão ouvindo, mas o bloco do PT que, agora, não estava prestando atenção, passa a prestar atenção, sim!

Eu gostaria de um posicionamento do Partido dos Trabalhadores a respeito da ALCA.

Em determinado tempo aqui, o Ver. Juarez Pinheiro – hoje, meu companheiro e tal – disse que eu não conhecia nada da ALCA, e até não sei mesmo muito de ALCA, agora, eu sei que o Partido dos Trabalhadores sempre foi contrário à ALCA! Como é que fica essa posição desrespeitosa do Presidente Lula, que foi aos Estados Unidos e acertou com o Bush sem consultar o Congresso Nacional? Mas que história é essa? Mas se pode decidir? Não se deve passar esses assuntos de relações exteriores, de acordos internacionais... E o Ver. Marcelo Danéris, em vez de ficar com esse “arzinho” de achar que eu estou falando tudo errado, por que V. Ex.ª não presta atenção? Porque V. Ex.ª é useiro e vezeiro em deixar para ser o último a participar da Liderança; depois, V. Ex.ª pode vir aqui e falar o que quiser, que eu vou-lhe ficar ouvindo lá do gabinete, mas, quando nós estamos falando aqui, V. Ex.ª fica fazendo um ar de desdém, que é só V. Ex.ª que entende, que pode chegar aqui e pregar moral. Vai “pregar moral de cueca” na esquina, não para mim.

O que eu quero dizer é sobre o posicionamento do PT a respeito da ALCA. Eu quero saber do posicionamento do PT a respeito da ALCA e de que maneira esse nosso Presidente vai aos Estados Unidos e firma, lá, com o Bush, um compromisso de que, em 2005, pode ser implantada a ALCA. Ele vai a Buenos Aires e diz que a prioridade é o MERCOSUL; em Buenos Aires, a prioridade é o MERCOSUL e, nos Estados Unidos, a prioridade é a ALCA. Esse Partido, que, hoje, está no Governo Federal, está melhor do que a encomenda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, para manter a boa imagem da Câmara de Vereadores frente à população de Porto Alegre eu queria fazer um Requerimento para retirar a expressão “moral de cuecas”, que é desqualificadora do debate e da imagem que a Câmara de Porto Alegre tem frente à população, por mais desqualificado que possa ser o seu interlocutor na tribuna.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Primeiro, eu gostaria que ele retirasse, agora, o termo que ele usou a meu respeito, que eu sou um “desqualificado”, foi o que ele disse. Desqualificado é V. Excelência. Segundo, eu não retiro absolutamente nada, ele que tome as providências a meu respeito.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu acho que fica claro, eu gostaria de deixar o meu entendimento. O Vereador é responsável pela sua manifestação, é muito difícil estabelecer um controle, mormente prévio, ao que o Vereador vai ou não dizer. São situações que eu acho que o debate é que tem de absorver. Portanto, o Presidente, Ver. Marcelo Danéris, indefere o Requerimento de V. Ex.ª e pede vênia ao Ver. Haroldo de Souza para que os trabalhos possam fluir normalmente.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria ao Plenário, nós estamos em Sessão, e precisamos da compreensão de todos para o desenvolvimento dos trabalhos.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, eu queria dar um informe ao Plenário. Na segunda-feira nós tivemos aqui na nossa Casa a Sr.ª Alzira Dornelles Ban, que comunicava, para todos nós, a possibilidade de que se fecharia o posto do INSS, aqui na Érico Veríssimo, onde se atende milhares de pessoas em relação aos benefícios do INSS. Este Vereador, designado pela Bancada do PT, conversou com nosso Superintendente do Estado sobre a questão da possibilidade de fechar ou não esse posto do INSS. E a informação que nós obtivemos é que, realmente, esse posto do INSS, por determinação do Ministro, poderia ser fechado. O nosso Superintendente, aqui do Estado, Delmar Joel Euche, viajou a Brasília, interferiu em nome dessa comunidade que esteve aqui, e o fechamento do posto não vai mais acontecer. A informação que nós estamos dando para o Plenário, para a comunidade de Porto Alegre, é que esse posto não vai mais fechar e é uma excelente ação para aqueles que aqui estiveram reclamando ou informando. Portanto, houve um bom empenho do nosso Superintendente aqui do Estado, que foi a Brasília e reverteu o caso. Nós estamos informando que não vai mais fechar o posto.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero informar o Plenário que, na última Tribuna Popular, o Ver. João Antonio Dib designou o Ver. Aldacir Oliboni para fazer contatos e inspeções acerca das denúncias trazidas. E, neste momento, o Ver. Aldacir Oliboni, em Requerimento ou..., à forma secundária, presta contas da incumbência que lhe foi tratada.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Vereador, data venia do entendimento de V. Ex.ª, eu quero me irresignar com essa circunstância, porque se a Presidência tinha incumbido um Vereador para fazer o exame de uma matéria, ele disporia, evidentemente, de tempos regimentais legais para manifestar-se sobre o tema. Um dos tempos regimentais é o Tempo Especial, previsto no Regimento. Eu faço um apelo a V. Ex.ª, uma vez que temos assistido aqui a muitos arranhões e rasgões no Regimento, que observe rigorosamente. Está-se votando Requerimento fora da Ordem do Dia; impede-se que Vereadores dêem continuidade a sua manifestação no Grande Expediente. Agora, V. Ex.ª com todo o respeito, tenho a maior admiração pelo Ver. Aldacir Oliboni - no esclarecimento, no mérito é altamente pertinente –, mas, diariamente, a Mesa Diretora - e não é V. Ex.ª, hoje foi a vez de V. Ex.ª - tem se posicionado. Nós vamos ter que levar a questão, de repente, para a Comissão de Justiça para ser definida. Já levamos a questão do Grande Expediente, agora essas novidades de nova ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradeço a V. Ex.ª, mas entendeu a Presidência, entende e continua entendendo correta a sua decisão de recolher a prestação de contas que foi formulada por um Vereador que foi designado.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, a Casa toda sabe que um dos eixos do meu mandato é a luta contra a ALCA. Reiteradamente o Ver. Isaac Ainhorn tem vindo à tribuna, citado meu nome e pedido explicações. Hoje o Ver. Haroldo de Souza manifestou-se, no meu caso, com urbanidade, cobrando explicações. Eu não estou pedindo Tempo Especial. Estou pedindo que a Mesa verifique, tendo em vista esse fato, se eu teria direito a Tempo Especial para essa resposta.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria de pedir a colaboração dos Srs. Vereadores para nós darmos prosseguimento...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Presidente, eu fiz um Requerimento a V. Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Indefiro o Requerimento de V. Excelência.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu pedi que a Mesa...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Indefiro. Está indeferido o Requerimento de Vossa Excelência.

(Solicitada retirada de expressão e deferida pelo Ver. Juarez Pinheiro.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Olha, eu tenho sido aqui extremamente flexível e democrático. Flexível e democrático! Está indeferido o Requerimento de V. Ex.ª, e o fiz interpretando o Regimento.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Requeiro a V. Ex.ª que seja retirada dos Anais da Casa, por determinação de V. Ex.ª, a frase infeliz do Ver. Juarez Pinheiro chamando a Mesa de “autoritária”.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro a V. Ex.ª que mande retirar dos autos a expressão em que o Ver. Isaac Ainhorn teria chamado V. Ex.ª de autoritário. Em nenhum momento eu atribuí a V. Ex.ª qualquer perfil de natureza autoritária. Ao contrário, achei-o exageradamente tolerante e altamente flexível nas suas deliberações, permitindo que todos falassem. É o Requerimento. Retire-se e arrede-se as palavras sem sentido e sem fundamento do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Elói Guimarães, eu quero pedir escusas a V. Ex.ª, e sabe V. Ex.ª o respeito que eu lhe tenho ao longo da sua trajetória nesta Casa. E eu lhe dei até um apelido muito familiar: Homem de Estado. Então, eu retiro, não pelas acusações do Ver. “Isaaco” Ainhorn e do Ver. Wilton, mas retiro em respeito a V. Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sou grato a V. Ex.ª o entendimento...

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Eu faço um Requerimento para que retirem a expressão injuriosa, maldosa e mal-educada do Ver. Juarez Pinheiro. E não quero que ele se refira a mim como “Isaaco” Ainhorn, este Vereador chama-se Isaac Ainhorn, que é o nome parlamentar e regimental. E acho até que mereceria uma advertência de V. Ex.ª, mais uma vez, que tem se irritado permanentemente com o comportamento do Ver. Juarez Pinheiro, que não é um comportamento normal de Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu penso que já está tudo claro, o Ver. Juarez Pinheiro já veio à tribuna dos apartes. Enfim, retificou, já está administrada a questão.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Eu gostaria que nós agilizássemos, porque há pessoas que estão usando muito esse expediente aqui para obstruir a Sessão; estão atrapalhando. Nós queremos que a Pauta siga normalmente. Há Vereador que usa muito a atribuição de pegar este microfone, porque não tem o seu espaço da tribuna, para aparecer, porque tem televisão. Nós precisamos trabalhar, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exatamente, concordo com V. Excelência.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, eu ouvi o Ver. Isaac se referir, preocupado com a expressão que eu utilizei, mas quem inaugurou nesta Casa essa corruptela lingüística, chamando o Ver. Estilac Xavier de “Estilaco Xavier” foi o próprio Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Eu gostaria de usar o meu tempo de Liderança para um assunto pertinente, de interesse da nossa Cidade. Portanto, eu penso que esses assuntos que estão sendo discutidos aqui não nos levam a nada e não trazem engrandecimento à nossa Cidade.

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, eu fico dando continuidade ao pensamento do Líder da Bancada do PTB, Ver. Cassiá Carpes; fico pensando qual o julgamento que o cidadão porto-alegrense está fazendo desta Câmara neste momento? O que o eleitor está pensando vendo a “telinha”? Eu penso que nós gastamos muito tempo em coisas que, para a sociedade, para o cidadão, não têm grande diferença....

 

(Manifestações do Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito aos Srs. Vereadores a colaboração de todos, pois temos um orador na tribuna. Nobre Ver. Elias Vidal, descontarei o tempo de V. Excelência.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Muito obrigado, Presidente. Em primeiro lugar, quero fazer um agradecimento ao Ver. Cassiá Carpes por haver cedido o espaço de Comunicação de Líder para que nós pudéssemos falar.

Novamente, eu não consigo me concentrar e falar pela conversa aqui do Plenário e, novamente, Presidente Elói Guimarães, eu tenho de interromper, porque é impossível falar com tanta conversa.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Peço a colaboração dos Srs. Vereadores, há um Vereador na tribuna.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Srs. Vereadores, vou falar sobre algo realmente importante, é sobre droga e álcool. Eu não pude estar presente no Grande Expediente, em que o proponente foi o Ver. Cláudio Sebenelo, e está de parabéns o Ver. Cláudio Sebenelo por ter trazido aqui as autoridades, e, nesta abertura da Semana sobre o Uso e o Abuso de Drogas, que é do dia 26 ao dia 2 de julho, vamos bater e tocar neste assunto durante esses dias. E V. Ex.ª o fez com muita sabedoria e muita sensibilidade, abrindo o Grande Expediente com a presença do Dr. Mathias Flach. Eu não pude estar presente porque tive a honra de representar esta Câmara, no lugar do Presidente João Antonio Dib, junto ao Governador, quando foi feito um grande evento na abertura com o Governador, a primeira-dama e muitas autoridades estaduais. Eu fui representar a Câmara de Vereadores, e só por esse motivo não pude estar presente nesta Casa, pois esse tema é um tema de grande interesse deste Vereador. V. Ex.ª sabe que trabalho muito nesta área. Tenho, inclusive, um Projeto que deve ser votado na segunda-feira com emergência. É um Projeto de Lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em postos de gasolina com lojas de conveniência, se der tudo certo na segunda-feira.

Não sei se todos os Vereadores darão apoio a este Projeto. Estavam comentando aqui sobre a ALCA, e de ALCA eu não entendo muito, mas de álcool eu entendo, não por beber, mas por sentir os efeitos do álcool na sociedade! Não precisa ser um médico, não precisa ser um assistente social, não precisa ser um grande estudioso, pois todas as pessoas, das mais simples às mais cultas, sentem os efeitos maléficos do álcool na sociedade.

Estamos numa democracia, cada um tem o direito de votar naquilo que a sua consciência julga ser certo, e eu respeito, mas, embora respeitando, não posso deixar de analisar sob certa ótica, pelo fato de ser o álcool algo tão terrível e nocivo para a sociedade. Segundo o jornal Zero Hora, como li outro dia aos senhores: “O álcool está presente em 47,7% dos casos de violência”. Então, entendo que, se eu sou a favor da venda indiscriminada de álcool num posto de gasolina – que é um lugar para botar gasolina no carro, e cachaça, álcool, bebida destilada ou fermentada não combina com direção –, eu entendo que estou contribuindo para esses 47,7% de violência no trânsito

E 81,2% dos acidentes, diz ainda ele, têm base no álcool. Então, se você é a favor da venda do álcool num posto de gasolina, eu entendo – e respeito se você pensa o contrário –, mas aí estará sendo a favor dos 81% desses acidentes. E quem está livre de ser atropelado por um garoto alcoolizado? Você tem certeza de que o seu filho, seu neto, minha filha, eu, ou alguém da sociedade não vai ser atropelado? Oitenta e um por cento dos acidentes ocorrem com base no álcool. Diz mais ainda: “Cinqüenta e oito vírgula nove por cento dos homicídios, dos assassinatos e dos latrocínios têm a ver com o álcool”, então, em postos de gasolina, estamos vendo a nossa juventude sendo destruída pelo álcool, pela bebida alcoólica.

Este Projeto vai ser votado, se der tudo certo, na segunda-feira. Eu faço um apelo a V. Ex.as que têm consciência, que têm compromisso com o povo: pensem antes de digitar o botão, para dizer se vão ser a favor ou contra, porque, apertando o botão errado, as vítimas, as pessoas que estarão morrendo, de repente, por um jovem alcoolizado que saiu de um posto de gasolina... Eu não sei se na tua fichinha de crédito ou débito com o Criador lá de cima, qual é o voto que ele vai dar para você; você foi complacente com um neto destruidor, devastador? Já se sabe que a droga, a cocaína e o craque... a grande entrada já não é mais pela maconha; a grande entrada é pelo álcool. Quando estimulamos a venda do álcool, estamos estimulando a cocaína, o craque, os assassinatos e os arrombamentos. Todos nós já sabemos o que a sociedade pensa a respeito da violência, o que está acontecendo.

Peço, encarecidamente, a V. Ex.as que, antes de apertarem o botão, com relação a este Projeto de Lei, o façam com consciência, até de repente façam uma prece para que Deus ilumine as suas mentes, porque, ao apertar o botão errado, talvez milhares de pessoas vão morrer, e ninguém está livre de ser a própria vítima daquilo que votou. Saúde e paz, como diz o nosso Presidente, Ver. João Antonio Dib. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Faço um esclarecimento para fins de Anais, em respeito a minha imparcialidade. O Ver. Juarez Pinheiro, quando falou do microfone de apartes, indagou da possibilidade de usar o Tempo Especial, e este Presidente entendeu que ele estava pedindo Tempo Especial, no que deferi, e ele, ato contínuo, usou os termos que usou, então depois ele veio esclarecer o assunto. Então fica claro que eu indeferi o que não poderia indeferir, mas ouvi o que poderia indeferir.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, cada assunto no seu momento. Quando nós votarmos o Projeto do Ver. Elias Vidal, eu haverei de tomar a minha posição, que - antecipadamente, ele não desconhece -, é contrária à sua proposta, até porque proposta igual, do Ver. Almerindo Filho, na Legislatura passada, foi para o arquivo com parecer contrário da Procuradoria e da Comissão de Justiça, que afirmavam ser a matéria inconstitucional, como efetivamente o é. Mas não é por isso que venho à tribuna em Comunicação de Líder, essa é uma discussão para a próxima segunda-feira.

Eu estou altamente preocupado, Ver. Pedro Américo Leal, com a situação nacional, porque, ao contrário do que foi propagandeado durante o período pré-eleitoral, o brasileiro começou este ano de 2003 com uma carga tributária muito mais pesada do que aquela, que já era pesada, que enfrentava no ano passado. Graças às negociações realizadas pela base parlamentar do Governo, desde já, entre a eleição e a sua posse, essa capacidade maravilhosa que tem demonstrado a base política do Governo de atrair mais novos integrantes - ainda hoje, anuncia a imprensa nacional, que cerca de 15 Deputados do Partido da Social Democracia Brasileira aderem ao Governo -, com essa capacidade de articulação, têm ocorrido novas regras que progressivamente têm aumentado a carga tributária e têm aumentado os valores dados pelo Governo da União. Camuflada, por exemplo, em uma iniciativa original de proceder a uma redução de impostos, com a desoneração da cobrança do PIS-PASEP, a Medida Provisória n.º 66 alterou a base e forma de cobrança desse imposto, gerando um aumento exagerado de arrecadação, efeito inverso ao que alegava pretender. Com a nova Lei, a cobrança do PIS passou a ser não-cumulativa, estabelecendo alíquota de 1,65% para a nova sistemática e mantendo a alíquota de 0,65% para um conjunto de atividades. A mudança fez com que o Governo conseguisse elevar a arrecadação do PIS, Ver. Vendruscollo, em 30,56% nos meses de janeiro e fevereiro, enquanto que a avaliação da CONFINS, que permaneceu com a sua incidência acumulativa, crescia apenas 6,2%.

A expectativa, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. Isaac Ainhorn, é de que o PIS arrecade para os cofres públicos este ano 6,6 bilhões de reais a mais do que no ano passado. Mas a mordida nos bolsos dos contribuintes com a Medida Provisória não parou por aí. Durante a negociação, incluiu-se no texto da nova Lei a elevação do teto da tributação da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico, a CIDE, Ver. Isaac Ainhorn. A CIDE de gasolina, o imposto da gasolina passou de 0,501 centavos por litro para 0,860 centavos por litro, mais de 70% de aumento. A mudança representa que, a cada 100 quilômetros rodados, o motorista paga em média um pedágio de 5 reais para a União. Neste ano, o CIDE deve arrecadar mais de 10 bilhões de reais aos cofres públicos. Paradoxalmente, os investimentos previstos em infra-estrutura pelo Governo para o ano de 2003, que deveriam ser pagos pela contribuição, são os mais baixos dos últimos cinqüenta anos; basta que se olhem as estradas por este Rio Grande, por este Brasil afora.

Outra Medida Provisória convertida em Lei pela negociação do novo Governo, a Medida Provisória n.º 107, contemplou outros dois aumentos da carga tributária: a CONFINS dos bancos passou de 3 para 4%, e a contribuição sobre o lucro do líquido presumido das empresas de prestação de serviços, impostos cobrados de profissionais liberais, e autônomos da classe média, pulou de 12 para 32%. Com isso, empresas prestadoras de serviços sofrerão um aumento de 167% em sua carga tributária, o que já vem acontecendo.

Eu poderia fazer outros comentários, mas vou concluir, Sr. Presidente, para respeitar o Regimento. Ocorre que essa presunção e esse espírito é que estão presidindo a Reforma Tributária e a Reforma Previdenciária: mais tributos, mais impostos para os brasileiros. É preciso que a sociedade se acorde e inicie um processo de reação, porque, hoje, já se recolhe mais de 40% em tributos para a União. É impossível essa situação continuar dessa forma, senão, daqui a alguns dias, vamos ter de, ao contrário de receber pelo nosso trabalho, pagar para trabalhar com recursos que não sei de onde tirar, porque a “mordida do leão” tem sido forte. E muito forte!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, vindos da Zona Sul da Cidade diversos moradores têm nos procurado para falar sobre a dificuldade de transitar na Rua Coronel Marcos. E as pessoas que andarem por ali vão sentir a dificuldade, porque praticamente não existe calçamento. Sabemos que o calçamento é de responsabilidade de cada proprietário, e nós estamos aqui, fazendo parte do próprio Governo, solicitando ao Sr. Prefeito, ao Ver. Guilherme Barbosa, Secretário Municipal de Obras e Viação, que intensifiquem uma campanha para que, na Rua Coronel Marcos, sejam implantadas calçadas para que as pessoas possam andar de forma correta, porque no lado da AABB, mais especificamente, praticamente não existe calçada, as pessoas têm de andar na rua, e a preocupação é que, dentro de alguns dias, poderá ocorrer algum acidente fatal. Já foi colocado, inclusive, próximo da Associação Atlética Banco do Brasil, um “pardal” que limita a velocidade a 60Km/h e já houve uma redução nos acidentes. E, naquele trecho da Zona Sul, o trânsito de automóveis é intenso e, muitas vezes, trafegam a 80km/h, 90km/h, e, quando chegam próximos ao “pardal”, reduzem, mas a grande realidade é que existe a necessidade de ter o calçamento. É prerrogativa de todo e qualquer cidadão o direito de ir e vir, mas não andar no meio da rua.

Então, temos a certeza de que o Prefeito João Verle será sensível e o Ver. Guilherme Barbosa, inclusive como morador da Zona Sul, também vai encaminhar e cuidar de perto esse assunto, porque é um assunto que muito interessa especificamente aos moradores da Zona Sul.

Muito obrigado, Sr. Presidente, e agradeço ao nobre Líder do PL por ceder o seu espaço para que eu pudesse falar antes, ocupando V. Ex.ª, de imediato, a tribuna.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha pela TVCâmara e pessoas que nos prestigiam com suas presenças aqui nas galerias, quero ler, aqui, uma matéria do jornal O Sul, que nos chama a atenção, porque se trata de uma questão que temos defendido, aqui, nesta tribuna, em algumas oportunidades.

(Lê.) “Estado vai sugerir à Prefeitura a implantação de câmeras de vídeo. O Secretário Estadual da Justiça e Segurança José Otávio Germano deverá entregar, no próximo dia 02, ao Prefeito João Verle, um projeto para colocação de câmeras de monitoramento na área central de Porto Alegre. Assinada pela Mundial - que é a companhia - a informação foi prestada pela Assessoria da SJS, um dia após os momentos de tensão vividos no Centro da Capital, durante assalto com 30 reféns e 2 feridos. O assalto foi em uma financeira na Rua Vigário José Inácio”. E o Jornal continua o relato dizendo que vai ser levada a matéria ao Prefeito e também à Câmara Municipal. Primeiramente, o equipamento será instalado no Centro da Capital gaúcha, posteriormente ampliando-se aos bairros Bom Fim, Azenha e Moinhos de Vento. Depois, há aqui uma explicação dizendo que o monitoramento dos equipamentos será feito na 1.ª Companhia, no 9.º BPM, na Praça XV de Novembro, e segue dizendo que esse equipamento ajudaria a poder visualizar até mesmo uma placa de automóvel a 500 metros e a marca do automóvel a 800 metros.

Há aqui também um depoimento: (Lê.) “Segundo o Comandante do 9.º Batalhão de Polícia Militar Tenente-Coronel Leomar Silveira da Cunha a utilização desse instrumento seria muito importante na luta contra a criminalidade na Capital.”

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos debatido, nós temos falado sobre essas câmeras de vídeo em Porto Alegre há muito tempo. Temos pedido, encarecidamente, ao Prefeito João Verle que dê esse presente aos porto-alegrenses e a todo povo gaúcho, porque o Centro de Porto Alegre não é visitado, não é freqüentado somente pelas pessoas que trabalham ou pelas pessoas de Porto Alegre, mas, sim, por gaúchos de todo o Rio Grande que se dirigem para o Centro da Capital gaúcha e também por pessoas que vêm de outros Estados, pessoas que vêm procurar a nossa medicina, tão conhecida em todo o Brasil.

Enfim, seria um presente, realmente, a todos os gaúchos, se o Prefeito João Verle instalasse essas câmeras de vídeo, haja vista que esse equipamento tem sido utilizado com êxito em diversos locais, em diversas cidades, como, por exemplo, em Novo Hamburgo, em cidades da Europa, no litoral paulista, na cidade de Praia Grande, para coibir os batedores de carteira, os trombadinhas, que tanto afligem as pessoas que utilizam o Centro da nossa Cidade.

Espero, com os nossos pedidos, não somente meus, mas de outros Vereadores, e com esse pedido do Secretário Estadual de Justiça e Segurança José Otávio Germano, que o nosso querido Prefeito se sensibilize e dê esse presente a Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, vamos usar o tempo de Liderança para tratar novamente dos aterros sanitários de Porto Alegre, não só da Cidade, mas de todos os aterros. Vejam, os resíduos de Porto Alegre hoje são destinados para aterros em Gravataí e em Minas do Leão. A problemática de resíduos é tamanha que existem cidades como Porto Alegre que não utilizam mais o seu território para depositar os resíduos: utilizam territórios de outras cidades, mesmo que de forma consorciada ou de forma devidamente licenciada, mostrando o drama dessa problemática de resíduos. Eu volto a dizer: cada indivíduo, cada comunidade deve priorizar essa questão e pautá-la, Ver. Pedro Américo Leal, diariamente, é uma prioridade. Nós não podemos simplesmente gerar lixo ou resíduo, colocá-lo num saco, numa lixeira e pensar: “Bom, agora o resto é com o Poder Público”. Não, Porto Alegre, só em aterros sanitários, gasta 11 milhões de reais por ano. Aí, Ver. Pedro Américo Leal, não há recursos para postos de saúde, para hospitais, para políticas habitacionais. São 11 milhões de reais por ano, Ver. Darci Campani, só em aterros sanitários, fora a coleta. Ou a sociedade encara isso como uma prioridade e faz também a sua parte, não remetendo isso apenas ao Poder Público, ou vamos continuar eternamente com esse problema e vamos continuar a ter problemas como o do aterro da Extrema, que é uma área de mata atlântica, de animais remanescentes, ameaçados de extinção, uma das áreas mais bonitas da cidade de Porto Alegre que foi transformada em aterro sanitário. O que deveria ser um ponto turístico transformou-se em aterro sanitário, um aterro que deveria receber 50 toneladas por dia, mas acabou recebendo 900 toneladas por dia de resíduos, contaminando os lençóis freáticos daquela região. Agora, os resíduos estão sendo levados para o aterro Santa Tecla e de Minas do Leão.

Ontem, nós tivemos uma reunião em conjunto, Câmara de Vereadores, por meio da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e a Assembléia Legislativa, por meio também de sua respectiva Comissão, para tratar do aterro Santa Tecla. O Ver. Dr. Goulart estava presente e tem acompanhado principalmente aquilo que diz respeito ao lixo hospitalar. Os resíduos hospitalares estão indo também para Gravataí, para o aterro Santa Tecla. Ontem, inclusive, o DMLU reconheceu que, durante um dia inteiro, vazou chorume no aterro Santa Tecla. O DMLU reconheceu isso como se fosse uma coisa normal: “Ah, derramou chorume, foi apenas durante um dia”. Chorume é o líquido que se decompõe do lixo, escuro, fétido. Isso mostra a irresponsabilidade da comunidade e do seu Poder Público com relação àquilo que a Cidade mesma produz de resíduos. Está lá, afetando a biodiversidade daquela região, os lençóis freáticos. O próprio DMLU reconheceu: “Vazou chorume durante o dia inteiro”. Agora, é claro que o licenciamento não prevê derramamento de chorume, que teria que ser evitado. Se vazou chorume um dia inteiro é porque há problema no aterro Santa Tecla. É claro! Isso não poderia ocorrer, eu estou apenas usando dados oficiais. Portanto, o aterro Santa Tecla, que é um consórcio entre os municípios de Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha e Esteio, previsto no Plano Diretor de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana, com recursos do Pró-Guaíba, não está bem: vazou chorume, segundo o DMLU, durante um dia inteiro. Isso é muito! Isso é muito! Não poderia jamais vazar chorume, porque é um líquido muito pior do que um esgoto cloacal sem tratamento. É muito pior, como já foi colocado.

Agora, o lixo hospitalar também está sendo encaminhado para lá, Ver. Dr. Goulart, e há um impasse. O Ministério Público está dando um prazo de 40 dias... Aliás, o Ver. Dr. Goulart, representando a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, conseguiu um prazo, porque iriam terminar de arrecadar os resíduos dos hospitais de um dia para outro. Nós estamos acompanhando esse assunto; a Câmara de Vereadores como um todo deve se conscientizar de que a questão dos resíduos é uma prioridade. Nós temos que votar ainda este ano a alteração do Código Municipal de Limpeza Urbana. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, por gentileza do meu Líder ocupo o espaço de Liderança da Bancada do PT. Rapidamente, queria fazer uma preliminar dizendo que tenho respeito pelo Ver. Isaac Ainhorn e, quando fiz a brincadeira com o Vereador, foi porque ela foi iniciada por ele, quando se refere a mim como “Sebastião Pinheiro”, o que nada traz de prejuízo a minha imagem e quando brinca com o nosso Deputado, ex-Vereador e querido Estilac Xavier, quando o chama de “Estilaco Xavier”; portanto, apenas fiz uma brincadeira e sei que o Vereador entendeu. Assim como agradeço a gentileza do Ver. Elói Guimarães, também como fiz a ele, no sentido de que eu havia apenas pedido que a Mesa verificasse - tamanho o número de Vereadores cobrando minha posição sobre a ALCA - se eu não tinha direito a um Tempo Especial. O Vereador não entendeu no momento, depois reparou.

Queremos aqui, em nome da Liderança da Bancada do PT, falar, Ver. Isaac Ainhorn, sobre a ALCA. Estranha-nos que agora nos cobrem sobre a ALCA e quando eu promovi um debate, no período de Comunicações, sobre a ALCA houve comentários injuriosos. “Com tantos assuntos vão puxar a questão da ALCA”, mas agora são exatamente esses que achavam que este assunto não era importante - não é o caso do Ver. Isaac Ainhorn, mas de outros Vereadores - que cobram deste Vereador, da Bancada do PT, do Governo Federal uma posição sobre a ALCA. Não falam mais! O Ver. Pedro Américo Leal esqueceu a segurança, não fala mais em segurança, o Ver. Isaac Ainhorn não fala mais no FUNDOPEM, nem o Ver. Beto Moesch, ninguém fala do FUNDOPEM e se sabe, por exemplo, que o FUNDOPEM foi reconstituído com a mesma lógica colocada no Governo Britto, que é para conceder recursos para as maiores empresas em detrimento das pequenas, micro e médias empresas.

Vou falar, sim, sobre a ALCA. O nosso Partido, Ver. Isaac Ainhorn, tem posição clara tanto em nível nacional, quanto em nível estadual sobre a questão da ALCA. Sabemos todos que é vendida a questão da ALCA como um acordo que facilitaria as negociações entre os trinta e quatro países da América, com exceção de Cuba, na troca de mercadorias, e que todos teriam vantagens. Absoluta mentira! A ALCA é um projeto estratégico americano para que seja, na verdade, oficializada a América Latina, o Brasil, como um território de colônia ao interesse da força hegemônica, no caso os Estados Unidos. Agora é muito interessante que cobrem a posição do PT; o PT tem posição clara, em nível nacional, em nível estadual, contra a ALCA. Fernando Henrique iniciou uma negociação indo contra o MERCOSUL, ao invés de fortalecer o MERCOSUL, que é, sim, uma integração entre os povos de origem hispânica e portuguesa, benéfica para todos, que não tem muros como têm os Estados Unidos e o México. E querem que passe apenas a riqueza do México para os Estados Unidos e colocam um muro para que as pessoas não possam passar. Agora, Ver.ª Clênia Maranhão, Líder do PPS, não querem que o Governo negocie a ALCA, que o Governo se retire, não querem que o Governo fale. Uma coisa, Ver. Wilton Araújo, é o Partido que tem posição absolutamente contrária a esse projeto, que é um projeto de interesse da força hegemônica exclusivamente, que retira inclusive a capacidade de os países legislarem sobre o meio ambiente se contrariarem as grandes empresas.

Agora, nós colocamos, sim, para sentar à mesa, não vassalos, e não afastamos ninguém como Samuel Pinheiro, que no Itamaraty é o que mais entendia e defendia os interesses nacionais e que o Governo Fernando Henrique afastou das negociações. Os senhores sabem quem hoje senta à mesa para negociar a ALCA? É Samuel Pinheiro; é também o Embaixador brasileiro que estava em Havana, que tem posição absolutamente contrária à ALCA e que tem manifestado porque sabe que os Estados Unidos querem apenas, Ver. Luiz Braz, retirar as barreiras tarifárias, que já são muito baixas lá, mas não aceitam e querem jogar para a OMC a questão da retirada das barreiras não-tarifárias.

Senhores e senhoras, o PT tem posição, sim! O PT tem posição contrária à ALCA, tem posição contrária a esse projeto da força hegemônica, tem documentos por escrito e a ALCA não vai sair, felizmente, porque Lula é Presidente deste País! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Nobre Presidente Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, eu assisti aqui, um pouco atônito e perplexo, às manifestações do nobre Ver. Juarez Pinheiro, no sentido de que o PT tinha posição sobre várias questões relevantes e de alcance nacional, todos nós sabíamos que tinha. Tinha sobre a previdência, tinha sobre a reforma política, que “botou no saco”, tinha sobre a vedação de qualquer flexibilização em favor dos empresários na questão da legislação trabalhista, nós sabíamos que tinha. Não à ALCA! - também tinha. Por isso nós nos surpreendemos, Ver. Juarez Pinheiro, porque nós sabíamos que o PT tinha posição sobre uma série de assuntos, no entanto, as ações concretas que o PT tem tomado, que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem assumido... Ele rasgou todas aquelas propostas nacionais do Partido dos Trabalhadores, o que fez com que o nosso Partido, o PDT, rompesse com o Partido de V. Ex.ª. As manifestações do Dr. Brizola em relação ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sempre foram as mais respeitosas e carinhosas, mas, a verdade é a seguinte: o Lula mudou, Ver. Juarez Pinheiro. E sei que V. Ex.ª, que é um homem coerente, tenta, da tribuna, ainda, segurar o pouco que resta da coerência do seu Partido. A forma autoritária com que a Direção Nacional do seu Partido, especialmente do Chefe da Casa Civil, Ministro José Dirceu, tem tomado em relação à coerência das posições de Deputados Federais e Senadores do seu Partido, é óbvia. Permanentemente, o Ministro José Dirceu tem assumido uma atitude de ameaça em relação a seus correligionários, impondo, autoritariamente, as posições do Governo, e com uma arrogância, Vereador - e sei que V. Ex.ª até vai concordar comigo -, dizendo o seguinte: quem não concordar com a posição do Governo Federal, quem não estiver satisfeito, que se retire do Partido. Mas existe exatamente isso que V. Ex.ª acabou de dizer da tribuna desta Casa: o PT tem posição nacional sobre a ALCA, e, no entanto, caminha, Ver. Juarez Pinheiro, para uma posição de transigência e de capitulação final em relação à ALCA, de transigência em relação às posições do Presidente George Bush. E lá esteve o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na solenidade do beija-mão ao todo-poderoso George Bush.

Eu vou guardar, com carinho, o documento pessoal que V. Ex.ª subscreveu de não à ALCA, vou guardar com carinho e respeito. Agora, quero-lhe dizer que o Governo Federal, Ver. Juarez Pinheiro, o PT nacional, vai exigir de V. Ex.ª ... Certamente V. Ex.ª não vai votar, mas tenho certeza de que V. Ex.ª, com a coerência que guarda nas suas posições, vai ter que usar o seu espaço de Vereador, não o de Liderança de seu Partido, para vir aqui dizer o que o PT pensa sobre a ALCA e que o Governo Federal do PT pensa sobre a ALCA. Por isso eu tenho que reconhecer a propriedade da manifestação do Ver. Haroldo de Souza, que, aqui, cobrou uma posição sobre a ALCA. É verdade! E V. Ex.ª veio e, coerentemente, se reportou a um passado, mas a atitude do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é semelhante, como diria o historiador Décio Freitas: “O Sr. Luiz Inácio Lula da Silva está praticando um escancarado plágio ao Presidente Fernando Henrique Cardoso.”

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente em exercício desta Casa, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, senhores e senhoras, eu penso que foi extremamente injusto o Ver. Juarez Pinheiro quando perguntou para alguns Vereadores por que eles não exploravam agora determinados assuntos que exploravam antes relativamente ao Governo do Estado, porque esses Vereadores de oposição aqui, Ver. Pedro Américo Leal, eles têm sido extremamente pacatos ao não explorarem determinados temas que são fartos hoje em nossa imprensa, como é o caso, por exemplo, das jóias da Dona Marisa, que somam aí em 165 mil reais, que estão emprestadas e que estão sendo utilizadas no dia-a-dia. Ou, de repente, se isso não bastasse, ainda há as gafes do Presidente Lula. Ontem, nós tivemos, na imprensa, os noticiários de que o Presidente da República chegou a afirmar o seguinte: “Só Deus é que pode evitar de eu fazer as reformas!” Como se ele fosse aquilo que ele gostaria de ser: um grande ditador. Nem mesmo a ditadura militar – da qual nós temos aqui o representante, o meu amigo Ver. Pedro Américo Leal – seria capaz de um ato igual a esse, porque a ditadura militar, num determinado momento, fechou o Congresso, mas, depois, o reabriu e começou a fazer com que os caminhos para que a legalização daquele Congresso pudessem ficar cada vez mais claros.

Só que, agora, o ditador Lula diz que só Deus, mas acho que ele gostaria de dizer assim: “Somente eu”, porque ele se coloca quase como um semideus, ele coloca como se ele fosse o deus que deveria ser reverenciado e respeitado por todas as pessoas! E quando o Ver. Juarez Pinheiro vem aqui e diz que, agora, o seu Partido continua nas mesmas linhas anteriores: contrário à ALCA - ele deveria dizer isso para o seu Presidente! Ele deveria dizer isso para o seu Governo, lá em Brasília! Ele não tem que afirmar isso daqui, porque isso, para nós, aqui, falar isso para nós, de repente, nós apenas podemos dizer: “O Presidente está dizendo o contrário”.

Mas, quem sabe, ele vai buscar lá no Presidente Lula os argumentos que ele não tem para dizer por que o PT mudou a sua posição? Ou por que será que o PT mudou de posição com relação às reformas? Porque, antes, o PT era absolutamente contrário às Reformas - a Reforma Previdenciária e a Reforma Tributária - e agora ele diz que esse é o único caminho. Por que esse Partido muda de posição? Por que esse mesmo Partido quer punir aqueles Parlamentares que continuam na linha antiga do Partido, naquela mesma linha que pregava que a saída para o País era exatamente combater o capital externo e mandar dinheiro embora? Ora, agora, não! Agora é só premiar o capital externo, é aumentar o juro, é atrair cada vez mais dinheiro do exterior para cá, porque essa é a grande saída. O PT mudou a posição completamente, e isso o Ver. Juarez Pinheiro e nenhum Vereador da situação pode vir aqui explicar, porque, afinal de contas, eu sei que são pessoas ilibadas, eles estão envergonhados das atitudes do seu Partido e só poderiam estar, porque esse Partido cometeu um dos maiores estelionatos que esta Nação já viu; o estelionato que levou o Presidente Lula à Presidência da República, mas que eu acredito vai fazer com que esses homens que aqui estão convivendo conosco e que nós tanto respeitamos paguem essa conta, que realmente é uma conta bastante elevada.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Há na mesa uma relação com a seguinte ordem de apreciação dos Projetos na Ordem do Dia: PLL n.º 206/01; PLE n.º 037/01; PLE n.º 027/02; PLL n.º 176/01; PLE n.º 048/02; PLE n.º 049/02; PLCL n.º 023/01; PLE n.º 068/02; PLE n.º 077/02; PLL n.º 017/01; PLE n.º 083/02; PLE n.º 084/02; PLL n.º 109/01; PLE n.º 003/03; PLE n.º 005/03: PLCL n.º 019/01; PLCL n.º 013/02; PLL n.º 202/02; PLE n.º 007/03; PLE n.º 010/03; PLE n.º 011/03 e PLE n.º 014/03.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Dr. Goulart, solicitando dispensa do envio de: a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01; Subemenda nº 01 à Emenda n.º 04; Subemenda nº 02 à Emenda nº 03, apostas ao PLL n.º 206/01, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, solicitando que sejam retiradas de tramitação a Emenda n.º 02 e a Emenda n.º 05 apostas ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3034/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que institui o Cartão de Saúde para a 3ª Idade. Com Emendas n.os  01 a 05 e Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 03.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.os 01 a 05 e da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 03; pela rejeição da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 05;

- da  CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.os 01 e 03 e da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 03; pela rejeição das Emendas n.ºs 02, 04 e 05;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.os 02 a 05 e da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 03; pela rejeição da Emenda n.º 01;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.os 01 a 05 e da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 03;

- da  COSMAM. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto, das Emendas n.os 01, 03 e 05 e das Subemendas n.º 01 às Emendas n.os 03 e 05; pela rejeição das Emendas n.ºs 02 e 04.

 

Observações:

- retirada a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 05;

- incluído na Ordem do Dia em 05-05-03;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL n.º 206/01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 206/01, como autor.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sr.ª Secretária, Ver.ª Maria Celeste, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, é com muita satisfação que venho falar deste Projeto. Primeiro, porque este Projeto teve um urdimento especial. Este Projeto é meu com modificações do Ver. Aldacir Oliboni, que é um homem entendido na área da saúde. Mas ele teve uma participação exponencial do Ver. Juarez Pinheiro e do Ver. Marcelo Danéris, que, entendendo o mérito importante deste Projeto, fizeram um urdimento com o Secretário Municipal da Saúde e com S. Ex.ª, o nosso querido Prefeito, para que ele pudesse vir à luz, com algumas modificações possíveis de serem feitas pela Secretaria Municipal de Saúde e que em nada atrapalhavam, ao contrário, enriqueciam o Projeto. Então, eu quero aqui agradecer aos meus colegas por essa negociação, que vai ser muito boa para o povo de Porto Alegre e para uma parte especial do povo de Porto Alegre - não que as outras pessoas não sejam. O Projeto é para as pessoas acima de 65 anos que, às vezes, não conseguem se locomover, porque têm deficiência respiratória, dispnéia, falta de ar; que, às vezes não conseguem se locomover, porque têm insuficiência circulatória, inchume nas pernas, nos membros inferiores, e também falta de ar; é para pessoas que têm dificuldades nas suas articulações, nas suas juntas, e não podem se mover, e que chegam nos Postos de Saúde e que ouvem “de cotil” a informação: acabaram-se as fichas, acabou-se o atendimento. Agora, depois que V. Ex.ªs. votarem, e espero que por unanimidade, para ser representativo, as pessoas acima de 65 anos, que cumpriram a sua fase de vida, que trabalharam para que os outros pudessem agora trabalhar e ter lazer, tenham, obrigatoriamente, o seu atendimento. E por que não é demais pedir isso para o Prefeito? E por que o Prefeito atende e o Secretário de Saúde atende? Porque é uma porção pequena da população que tem mais de 65 anos. Não chega a 5%, 6% da população. E isso não vai atrapalhar o serviço público na sua área de saúde, que está um pouco atrapalhada. Não posso, neste momento de satisfação, negar que existam atrapalhações. Existem. E foi uma grande sensibilidade por parte do Prefeito, do Secretário e dos Vereadores do PT entenderem que os velhos, aqueles que cumpriram a sua missão histórica, que estão vivos e que precisam de mais carinho, que precisam mitigar seu sofrimento, melhorar, ter os seus remédios, precisam ser obrigatoriamente atendidos cada vez que procurarem uma Unidade de Saúde na cidade de Porto Alegre. E isso será exemplo para o Brasil e será exemplo para o mundo. Cuidemos dos nossos velhos! Os nossos velhos são mais do que senadores, porque senadores pode haver moços; os velhos sabem se vai chover, por velhos, por enxergar o tempo; sabem se vai haver um mau negócio, por já terem visto aquilo acontecer aquilo muitas vezes. Mas os velhos não têm o atendimento que deveriam ter pela sociedade, e os médicos têm também de dar a sua parcela, neste momento, e aceitar este Projeto. E sempre que uma pessoa velha, com mais de 65 anos, na terceira idade, como chamam, procurar uma unidade de saúde com os seus horrores da doença ou os seus temores de uma doença que não tem e que pensa ter, seja atendida.

Meus pares, ajudemos aquelas pessoas que historicamente foram os nossos antecessores e que precisam da nossa ajuda. Porto Alegre, nisso, tem que ser exemplo de saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 206/01.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, queremos, primeiramente, parabenizar o Ver. Dr. Goulart e o Ver. Aldacir Oliboni, que sabemos, contribuiu, e muito, para este Projeto com as Emendas, visando a uma melhor adequação. Esta é uma realidade que não é só de Porto Alegre, é uma realidade do Brasil. Eu sempre digo que o SUS teve o grande mérito de possibilitar a universalização do Sistema de Saúde, ou seja, que todas as pessoas possam ter acesso, porque, antes, se a pessoa, por exemplo, não trabalhava, não tinha acesso. Mas, ao mesmo tempo, ao longo desses anos, ficou uma dicotomia: todos têm acesso, entre aspas, porque, na realidade, no programa que foi feito, da descentralização para os Municípios, ainda falta muito a ser contemplado. Sabemos da dificuldade de repasse de verbas da União para os Municípios, do Estado para os Municípios, e nós já discutimos, aqui no Município de Porto Alegre, a dificuldade. Por isso, inclusive, houve a greve dos profissionais da área de saúde: um profissional recebendo como funcionário municipal, o outro, como funcionário estadual e um outro, como funcionário federal, e fazendo as mesmas funções.

Então, na realidade, esta questão visa sanear um pouco, minimizar, porque essas pessoas já cumpriram a sua missão laboral, já deram para o seu País a sua colaboração e merecem ter, pelo menos, uma dignidade. Então, quando essas pessoas ficam doentes, nos sabemos a real dificuldade de conseguir um leito. Agora mesmo, no nosso gabinete, estamos vivendo uma situação concreta, de um funcionário nosso: o seu pai precisa e não encontra leito, uma pessoa que tem quase 80 anos. E isso é no dia-a-dia, isso ocorre com uma centena de pessoas. Nós entendemos que os idosos têm que ter um atendimento diferenciado, até porque, pela premissa da idade, são os que mais ficam doentes, e, se não tiverem um pronto atendimento, eles vão partir para uma outra, o que nós não queremos e não gostaríamos.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal.)

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Mas, Ver. Pedro Américo Leal, o senhor é uma exceção, pela sua vitalidade, pela sua formação atlética e pelo seu poderio econômico. O senhor tem hoje uma situação diferenciada, que não é a realidade da população como um todo. Nós gostaríamos que a população como um todo, não a de Porto Alegre, mas do Brasil tivessem a sua vitalidade, a sua garra. Ver. Dr. Goulart, parabéns pela sua iniciativa! Encaminhamos favoravelmente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 206/01.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nossa Secretária, Ver.ª Maria Celeste, Vereadores, Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores também queria aqui socializar a excelente proposição, o Projeto de Lei do Ver. Dr. Goulart, e lembrar que, no início do ano, a Campanha da Fraternidade já dizia “Vida, dignidade e esperança”, e falava também do idoso, da fraternidade a pessoas idosas. Quando nós falamos e damos atenção às pessoas idosas, não é só no discurso; nós precisamos operar determinadas atividades que venham realmente ao encontro de resolver os problemas da cidade de Porto Alegre.

O Projeto do Ver. Dr. Goulart também vem contemplar uma grande reivindicação do Conselho Municipal do Idoso, porque nós sabemos que uma coisa é você dizer que tem prioridade, mas na prática não funciona. As Emendas que eu apresentei, nobre Ver. Dr. Goulart , a n.º 3 e a n.º 4, tratam de dois casos de extrema importância. A Emenda n.º 3: quando você chega numa emergência, você entra na fila com tratamento igual ao dos demais pacientes. Ora, se eu tenho 80 anos de idade, e eu estou indo numa emergência, eu não tenho condições de esperar por 3 ou 4 horas. Essa Emenda vem exatamente priorizar o atendimento ao idoso acima dos 65 anos de idade, e a Emenda n.º 04 diz que, uma vez constatada a necessidade de uma baixa hospitalar, não é a família que procura a baixa hospitalar, mas, sim, a unidade que prestou o atendimento, porque senão a família acaba querendo se cadastrar em todas as unidades de saúde, e isso é uma função que, inclusive, a Central de Leitos do nosso Município hoje já o faz.

Então, nobre Ver. Dr. Goulart, é apenas para oficializar essas duas Emendas e poder acrescentar ao seu Projeto, que tem enormes méritos. É importante também salientar o Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, que também trata disso em procedimentos administrativos. Então, nós temos aqui dois Projetos de grande envergadura: um que trata da questão dos procedimentos administrativos, e, agora, o do Ver. Dr. Goulart, que trata dos procedimentos médicos.

Sabemos também que o Ministério da Saúde, com a implementação do cartão do SUS, prioriza o atendimento médico àqueles que são portadores do cartão do SUS e também aos acima dos 65 anos de idade. Então, acho que nós estamos aqui “fechando o cerco” para que, realmente, as pessoas idosas tenham, sim, prioridade de atendimento, como sempre deverão ter, e a Administração Municipal de Porto Alegre, sensibilizada com esses Projetos, solidariza-se com essa necessidade, inclusive para que essa demanda do Conselho Municipal do Idoso venha a se fortalecer.

Parabéns, Ver. Dr. Goulart, eu creio que o Executivo, sensível à sua proposição, “amarrou” aqui, através do nosso Líder, Ver. Marcelo Danéris, a possibilidade de aprovar o Projeto. Votaremos a favor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 206/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós tínhamos a pretensão de hoje enfrentar 22 Processos sobre os quais havia um consenso como matérias não-polêmicas e que deveriam, num esforço especial deste Plenário, transitar sem maiores discussões para que, efetivamente, pudéssemos apresentar esse resultado concreto nesta Sessão que se prolongou por vários motivos e por longo tempo. Iniciou-se o encaminhamento da votação do Projeto de Lei do Ver. Dr. Goulart, que institui o cartão de saúde para a terceira idade.

Este Projeto é antigo aqui na Casa, foi amplamente discutido, entrou no art. 81, há mais tempo, para que pudesse ser votado. Lembro a todos que ele ingressou na Casa no dia 03 de agosto de 2001, por conseguinte, há quase dois anos. Então, nós entendíamos que o consenso estava montado, que ele podia transitar sem maiores dificuldades, até porque, Ver. Luiz Braz, nós ficamos longo tempo discutindo esta matéria na Comissão de Constituição e Justiça; esta matéria, todos sabem, tem várias emendas, subemendas, e todas elas foram esmiuçadas pela Comissão de Constituição e Justiça, pela Comissão de Finanças e Orçamento, pela CUTHAB, pela CEDECONDH e pela COSMAM. Ora, se esta matéria que recebeu Parecer favorável de todas as comissões, precisa ser encaminhada, precisa ser discutida, então eu quero declarar que não é mais possível montarmos esses consensos, porque a gente prioriza as matérias, consensualmente, na base do entendimento; então, na medida em que vai crescendo a discussão, que se vai cumprimos a cronologia, vão surgindo as possíveis discordâncias. Esta é uma matéria sobre a qual nos foi passada a idéia de que não havia discordância em cima dela, e me parece que não há discordância em cima dela; agora, Vereador, se a gente fica, simplesmente, ouvindo as pessoas falarem nas matérias que bem entendem, fica parecendo que nós aqui temos alguns qualificados Vereadores que discutem as matérias e outros que, por terem acordado com o consenso, ficam parecendo alienados do Processo, e eu não sou alienado neste Processo, Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª sabe quanto trabalhei para dar a cobertura da legalidade que nós precisávamos dar ao seu Projeto. Este Projeto foi por mim relatado na Comissão de Constituição e Justiça.

Espero não falar mais no dia de hoje, porque continuo na expectativa de que possamos chegar até o seu Projeto, pelo menos, Vereador, já que o meu eu o coloquei em último lugar, e os dos colegas que tinham priorizado, foram colocados antes, e os do Executivo, que estão aguardam, há horas, por uma definição da Casa, então colocados, alternadamente, com processos dos Srs. Vereadores. Se perdermos a oportunidade hoje, esqueçam de se ter grandes votações na segunda-feira, porque se nós não cumprirmos hoje esta nominata que nós estabelecemos, nós vamos ter de enfrentar na segunda-feira, antes dos Projetos de maior polemicidade que estão previstos a serem votados na derradeira Sessão deste semestre Legislativo. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 206/01.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart e demais Vereadores, eu cheguei à conclusão de que deveria vir à tribuna para dizer que encaminho favoravelmente um Projeto que dá um cartãozinho para o idoso e que, na verdade, eu voto pela sua convicção, pela sua garra como Vereador querendo melhorar a condição do idoso no seu atendimento mais rápido, mas não creio que isso vá ser executado, como não foram executados tantos projetos que viraram lei aqui.

Só para V. Ex.ª ter uma idéia, Ver. Dr. Goulart, nós aprovamos um Projeto, que hoje é Lei aqui em Porto Alegre, que diz que toda a vez que próximo as zonas de alagamento houver uma precipitação muito grande de chuva, tem que ter permanentemente avisado o desvio, o pari passu que deve ser feito em relação aos alagamentos. Isso nunca foi cumprido, não vai ser cumprido, é Lei, e o apreço às leis que nós fazemos não é muito grande por parte do Executivo. É Lei na cidade de Porto Alegre: toda a rua tem de ter uma placa com o nome, CEP, bairro. Essa Lei não é cumprida, nós temos assim inúmeras ruas sem. Então, eu desfilaria aqui um rosário de leis que foram feitas neste Plenário aqui e que absolutamente não são cumpridas. Então, eu fico com muita dificuldade em pensar que num posto de saúde, pela simples apresentação de um cartão, o idoso vai ter prioridade porque... Quando a Bancada do PT começa a ficar muito excitada, é porque estou falando corretamente. A minha avaliação é essa.

Então, de um lado, encara-se com seriedade um Projeto desses, que tem uma finalidade social da melhor procedência e qualidade; por outro lado, temos a convicção, a certeza de que estaremos "malhando em ferro frio", isto é, não será cumprido. E por que não será cumprido? Porque, se houvesse uma política municipal de saúde adequada, isso há muito tempo, geraria uma ordem interna simples, sem precisar de um projeto.

E V. Ex.ª faz o Projeto, exatamente, tentando diminuir o tamanho gigantesco das lacunas na Secretaria da Saúde. E isso lhe dá méritos, justifica o Projeto, mas não dá esperanças a este Vereador de que as leis emanadas desta Casa sejam, pelo menos, respeitadas pelo Executivo. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 206/01.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, é evidente que não vou usar os cinco minutos. Estou, aqui, simplesmente, para saber por que fazem o acordo antes. E tive que vir aqui, porque, de repente, dá a impressão de que sou contra à Terceira Idade. Sou plenamente favorável; não há necessidade de ocupar a tribuna para dizer que sou favorável ao Projeto. Se o Projeto tramita na Casa, e eu sou Vereador, tenho, por obrigação, de estar a par de todos os projetos, concordando ou não com eles.

Há um acordo feito pelo Ver. Reginaldo Pujol, de que falaria o autor do Projeto e a Bancada do PT. E quantos já vieram aqui? Eu não vou gastar cinco minutos. Eu também sou favorável ao Projeto. Se para cada um dos 22 Projetos que foram acertados para serem votados hoje, vier um Vereador aqui usar cinco minutos para dizer que concorda, não dá. Por favor, não é por aí. É evidente que concordo.

Agora, se cada vez que vamos votar, temos que dizer para a sociedade que somos favoráveis ao projeto, então estou aqui: “Olha, eu sou o Ver. Haroldo de Souza e estou votando favorável.”

É isso? Não precisam 5 minutos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL n.º 206/01, com ressalva das Emendas e Subemendas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 01 aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 01, aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com o voto contrário do Ver. Reginaldo Pujol.

Em votação a Emenda n.º 03 aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 03, aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.

Em votação a Subemenda n.º 02 à Emenda n.º 03, aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda n.º 04 aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 04, aposta ao PLL n.º 206/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam a permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Portanto, está aprovado o Projeto com as Emendas e Subemendas lidas, tendo voto contrário do Ver. Reginaldo Pujol à Subemenda n.º 01 aposta à Emenda n.º 01.

(Intervenção fora do microfone do Ver. Reginaldo Pujol)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Emenda n.º 05 ao PLL n.º 206/01, Ver. Reginaldo Pujol, foi retirada. Aprovado o Projeto, as Subemendas e Emendas.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADA a prorrogação da Sessão por 23 votos SIM e 02 votos NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4567/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 037/01, que autoriza a permuta de dois terrenos de propriedade da empresa Sudeste Transportes Coletivos Ltda. por área de propriedade do Município e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 14-05-03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE n.º 037/01. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, apenas para solicitar a V. Ex.ª que informe que as quatro Comissões que analisaram a matéria emitiram Parecer favorável à sua aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito. As Comissões deram Parecer favorável. Não há quem queria discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 01 aposta ao PLE n.º 037/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0767/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 027/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui no Município de Porto Alegre a obrigatoriedade de responsabilização, por parte da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), pelos veículos automotores estacionados na denominada “Área Azul”. Com Emenda n.º 01. (desarquivado pelo Ver. Luiz Braz)

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 28-04-03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE n.º 027/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2308/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/01, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que autoriza o Executivo Municipal a implantar o Hotel Popular no Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da  CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela rejeição do Projeto;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-05-03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL n.º 152/01. (Pausa.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, para não prejudicar a votação do Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, a Bancada do PT já anunciou que votará contra qualquer um desses Projetos, pois não temos acordo aqui. Solicitamos o adiamento da discussão deste Projeto por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que solicita o adiamento da discussão do PLL n.º 152/01 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2618/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 176/01, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que autoriza o Executivo Municipal a celebrar convênios para a recuperação de prédios inacabados ou abandonados, com vistas à sua utilização para habitação de famílias de baixa renda. 

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 31-03-03;

- discutiram a matéria, em 04-06-03, os Vereadores J.Pinheiro, L.Braz, C.Sebenelo (cedeu p/L.Braz), R.Guimarães, R.Carrion, E.Guimarães, P.A.Leal (cedeu p/E.Guimarães), Zé Valdir, M.Moraes (cedeu p/ Z.Valdir) e C.Maranhão;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL n.º 176/01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL n.º 176/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, informo à Mesa que a Bancada da Frente Popular vota contrariamente. Não é necessário que seja nominal.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há votação de Liderança, a votação é Vereador por Vereador.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Nós não queremos prejudicar o andamento do processo de votação dos Projetos que estão na Ordem do Dia. Em outros momentos nós já votamos em nome da Bancada.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está em votação.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu não quero prejudicar os trabalhos, mas, como V. Ex.ª aceitou um pedido de verificação de votação, a verificação é sempre feita nominalmente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Então vamos à votação nominal. Em verificação nominal de votação o PLL n.º 176/01, solicitada pelo Ver. Juarez Pinheiro. Solicito à Sr.ª Secretária que proceda à chamada de votação. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 18 votos SIM e 06 votos NÃO.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, é evidente a inexistência de quórum, porque parte dos que votaram já se retiraram do plenário. São mais de 19 horas, independentemente de ter de fazer verificação, peço que V. Ex.ª declare encerrada a Sessão por absoluta falta de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Requerimento de V. Ex.ª tem assento na medida em que, visivelmente, não há quórum. Assim, encerramos a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h02min.)

 

* * * * *